São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
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Rússia já aceita ataque a sérvios

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo da Rússia vai apoiar uma ação da Otan contra as posições sérvias ao redor de Sarajevo "como último recurso, para defender as tropas da ONU", disse ontem o chanceler Andrei Kozirev. Ele acrescentou, porém, que o Conselho de Segurança da ONU deve ser consultado antes de qualquer ataque. A Rússia tem tentado frear a possibilidade de ataques por causa da pressão dos nacionalistas russos pró-sérvios.
Sérvios, croatas e muçulmanos retomaram ontem as negociações de paz em Genebra (Suíça), a sete dias do fim do prazo dado pela Otan para que os sérvios retirem sua artilharia de Sarajevo. Os sérvios acusaram os muçulmanos de "má-fé" nas negociações para provocar os bombardeios da Otan. "Eles estão tentando ganhar tempo e causar uma intervenção militar", disse em Genebra o líder sérvio bósnio, Radovan Karadzic.
A aliança militar ocidental decidiu quarta-feira passada dar um ultimato aos sérvios da Bósnia para que recuem sua artilharia a no mínimo 20 km do centro de Sarajevo até a zero hora do dia 20, sob pena de sofrerem ataques aéreos. O líder croata bósnio, Mile Akmadzic, disse ter visto fotos que mostram os sérvios cumprindo a exigência.
O cessar-fogo em Sarajevo, acertado entre muçulmanos e sérvios na quarta-feira, também parecia estar sendo cumprido. Foram ouvidos apenas tiros esporádicos de franco-atiradores, que "precisam ser controlados", disse o comandante da ONU na Bósnia, general Michael Rose.
Em Genebra, o mediador da União Européia, lorde Owen, disse que Karadzic aceitou o plano de união entre as três repúblicas que surgiriam da divisão da Bósnia. A união é uma exigência dos muçulmanos, que querem "pontes" territoriais ligando as porções que lhes caberiam na divisão.
Relações
O vice-presidente da Iugoslávia (Sérvia e Montenegro), Zeljiko Simic, foi ontem a Zagreb (capital da Croácia), na primeira visita de um dirigente iugoslavo à antiga república da federação desde a guerra de independência croata, em 1991. Croácia e Iugoslávia restabeleceram relações mês passado.

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