São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 1994
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Outro negócio da China

SÉRGIO AUGUSTO

"O Clube da Felicidade e da Sorte" (foto acima) tinha tudo para dar certo comercialmente: um "best seller" de base (escrito pela sino-americana Amy Tan, traduzido pela Rocco), um roteirista premiado com o Oscar (Ronald "Rain Main" Bass), um produtor que sabe como poucos usar a mídia (Oliver Stone) e um diretor (o sino-americano Wayne Wang, 44) que entende um bocado dos problemas de aclimatação cultural dos chineses na América. Não bastasse, a China virou coqueluche nos cinemas do mundo inteiro. Correndo na mesma faixa de "Adeus Minha Concubina", "O Banquete de Casamento" e "M. Butterfly", este sexto longa de Wang dispensa, portanto, a platéia cativa das tartarugas ninjas. Sem, no entanto, abrir mão de todas aquelas almas cujas glândulas lacrimais não resistem a sacrifícios maternais e padecimentos filiais. Três problemas: falta empatia às atrizes, a direção é flácida e o roteiro não conseguiu resolver a contento a concentração das mininarrativas do romance. Quando começamos a nos interessar pelas personagens, elas desaparecem para a entrada de outras, num revezamento sujeito a retornos e "flashbacks" exageradamente submissos à ajuda de uma narração em "off". A impressão é a de que estamos vendo o trailer de um filme de três ou quatro horas de duração.
O Clube da Felicidade e da Sorte (The Joy Luck Club), EUA, 1993. Estréia programada para segunda, 14, em cinemas e horários a confirmar.

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