São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 1994
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Maioria dos deputados se ausentou por problemas de saúde ou viagens

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Raul Belém (PP-MG) afirmou que não faltou 55 dias. Disse achar "desnecessário" descer de seu gabinete para o plenário apenas para registrar presença. "Eu estou sempre presente, mas não tenho a visão de que a atividade política se restrinja a apertar um botão para registrar presença. O Congresso não é um colégio", afirmou.

Francisco Coelho (PFL-MA) disse que passa grande parte do seu tempo no Maranhão participando de "encontros e reuniões". "Eu fico me desdobrando, pois moro em Brasília e no Maranhão", afirmou Coelho.

João Carlos Bacelar (PSC-BA), disse que já foi operado três vezes para tentar se livrar de uma sinusite "que se agrava terrivelmente com a altitude de Brasília". Além da sinusite, Bacelar tem ainda problemas renais e de pressão.

Roberto Jefferson (PTB-RJ) também alega problemas de saúde para as suas 45 faltas. Jefferson fez uma operação de vesícula em fevereiro e teve, em consequência dela, septicemia. "Quase morri. Foram mais de três meses de hospital", diz o deputado.

Fábio Feldmann (PSDB-SP) disse que todas as suas ausências foram justificadas por escrito, pois se referem a viagens e outras atividades realizadas no exercício do mandato, o que pode provar. Portanto, acrescentou, não são consideradas faltas e não foram descontadas do seu salário.

Fausto Rocha (PL-SP) estranhou o número de faltas atribuídas a ele e disse ser rara a semana em que falta. Ricardo Murad (PSD-MA) teve a mesma reação: "Acho que não tenho essas faltas, mas, mesmo se tiver, tenho certeza que elas são justificadas pelas minhas atividades políticas."

Delfim Netto (PPR-SP) afirmou que não estar presente em plenário não significa que o parlamentar não esteja trabalhando. "Quando eu falto é porque estou trabalhando para o partido", disse. O parlamentar considerou alto seu índice de faltas. "Acho que está equivocado o resultado."

Roseana Sarney (PFL-MA) afirmou estar "assustada" com as suas faltas registradas. "Eu sou muito assídua." Ela explicou que muitas vezes vai ao Congresso, mas não marca presença na sessão porque nada está sendo votado. Também disse que tirou uma licença do dia 20 de setembro a 5 de outubro de 1993 para acompanhar o governador do Maranhão, Edison Lobão, em uma viagem à França.

Fernando Freire (PPR-RN) afirmou que suas faltas no ano passado ocorreram pelo fato de ele ser presidente do PPR no Rio Grande do Norte. "A fusão dos partidos (PDS/PDC) que criou o PPR aconteceu no ano passado e eu, como presidente do partido no Estado, tive que começar tudo do zero." Ele explica que teve que viajar por todo o Estado para formar novos diretórios, fazer reuniões e a convenção.

Jandira Feghali (PC do B-RJ) esteve um período em licença-maternidade no início do ano. Irma Passoni (PT-SP) disse que suas faltas ocorreram em consequência de um problema de saúde com sua filha. "Foi um problema sério, que exigiu minha presença constante em São Paulo.".

Márcia Cibilis Vianna (PDT-RJ) atribuiu as suas faltas ao fato de ser presidente da Comissão de Economia da Câmara. "Muitas vezes, somos forçados a fazer sessões da comissão no mesmo momento em que está havendo sessão na Câmara. Se não há uma votação importante no plenário, prosseguimos com a sessão na comissão", afirma ela.

Ricardo Moraes (PSB-AM) afirmou que justificou todas as suas 36 faltas junto à Mesa Diretora da Câmara. Sua justificativa foi o processo de expulsão do PT movido contra ele pelo partido. "Só faltei muito por causa desse problema que terminou com meu afastamento do PT", disse.

Neif Jabur (PMDB-MG) disse que é fácil explicar suas 37 faltas. Um dos motivos é a falta de adaptação à capital, onde, diz ele, "os fins de semana são horríveis". O deputado disse que pode ter "faltado alguma vez por problema de saúde" e lembrou que a mulher dele foi operada há três meses.

A Folha não conseguiu localizar em suas casas ou escritórios, de sexta-feira a domingo, os seguintes deputados: Ricardo Fiuza (PFL-PE), Irani Barbosa (PSD-MG), Lepoldo Bessone (PTB-MG), Sérgio Barcellos (PFL-AP), Manoel Moreira (PMDB-SP), Mauro Fecury (PFL-MA), Mauro Miranda (PMDB-GO), Edmar Moreira (PP-MG), Rose de Freitas (PSDB-ES), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Fábio Meirelles (PPR-SP), Samir Tannus (PPR-MG), Nestor Duarte (PMDB-BA), Mário de Oliveira (PP-MG), Wellington Fagundes (PL-MT), Edison Fidelis (PP-RO), Ronivon Santiago (PPR-AC), Luciano Pizzatto (PFL-PR), Vitório Malta (PPR-AL), Átila Lins (PFL-AM), Francisco Evangelista (PPR-PB), Sérgio Barcelos (PFL-AP), Nícias Ribeiro (PMDB-PA), Lúcia Vânia (PP-GO), Jonival Lucas (PFL-BA), Everaldo de Oliveira (PFL-SE), Luiz Dantas (PSD-AL), José Burnett (PPR-MA), Etevaldo Nogueira (PFL-CE), Fábio Raunheitti (PTB-RJ), Francisco Coelho (PFL-MA), Lael Varella (PFL-MG), Eduardo Matias (PP-MA), Antonio Holanda (PSC-AL), Sérgio Brito (PSD-BA), Mauri Sérgio (PMDB-AC), Francisco Diógenes (PMDB-AC), Evaldo Gonçalves (PFL-PB), Carlos Roberto Massa (PTB-PR), Lúcia Braga (PTB-PB), Ary Kara (PMDB-SP) e Ribeiro Tavares (PL-BA).

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