São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 1994
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Acidentes frustram o desfile da Peruche

Atraso e chuva atrapalham

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma série de acidentes frustrou a tentativa da escola Unidos do Peruche de fazer "um grande cortejo aos orixás" na passarela do Sambódromo. Cada carro alegórico da escola representava um orixá.
Se o desfile fosse um ritual de candomblé, o "despacho" não teria efeito. O segundo carro a entrar no desfile, "Exu", quebrou no meio da passarela. O carro tinha uma máquina de produzir fumaça e parecia que estava pegando fogo.
No candomblé, Exu é o deus da comunicação. Para entrar em contato com qualquer outra entidade, é preciso passar por ele antes. Com o carro fora do desfile, de acordo com a religião, não houve "contato" com as demais alegorias, ou orixás.
Os problemas da Unidos do Peruche começaram na concentração. Debaixo de chuva, a escola atrasou 21 minutos para começar o desfile e pode perder 14 pontos. O presidente Walter Guariglio apresentou recurso, alegando que foi prejudicado pela organização do desfile.
Segundo ele, os guindastes não içaram os destaques nos carros. Guariglio também reclamou da presença de carros particulares na frente das alegorias e dos cronômetros de pista quebrados que acabaram por desorientar a escola.
O presidente da escola desfilou acompanhado por dois policiais civis disfarçados de componentes da escola. O presidente da Peruche teria recebido uma carta anônima que o ameaçava de morte.

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