São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 1994
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Mania nacional

CIDA SANTOS

A idéia é massificar ainda mais o vôlei. Tornar o esporte uma verdadeira mania nacional. Por isso, prepare-se. A partir do dia 2 de março vai invadir a sua tela um anúncio institucional de trinta segundos. O tema é "Saque o vôlei". Uma vinheta reproduzindo o saque "Jornada nas Estrelas" do atacante Tande abrirá um clip com jogadas dos times inscritos na Liga Nacional e dos jogadores da seleção. O anúncio ficará dois meses e meio no ar. A previsão é de quinhentas inserções nas três emissoras que transmitem os jogos da Liga: Bandeirantes, Manchete e Cultura. Em custos, isso representa US$ 300 mil.
O projeto é das duas empresas encarregadas de comercializar os Mundiais de Vôlei deste ano: a Universe Sports e a Sportsmedia. O patrocínio é do tênis Olimpikus. Além dos anúncios, o objetivo é transformar o "Saque o vôlei" em uma marca com a confecção, por exemplo, de adesivos para se colocar nos carros.
A idéia é boa. É pena que os anúncios comecem a ser colocados no ar apenas na fase final da Liga Nacional. Eles poderiam ajudar a atrair mais público para os jogos. Grandes partidas do torneio foram assistidas por menos de quinhentas pessoas. A média de público no Campeonato Italiano é mais de 2.000 torcedores.
E a TV? Poucos jogos têm sido exibidos. Na semana passada, foi disputada a 2ª partida, da série de três, que definiu as quatro equipes finalistas da Liga Nacional Feminina. Você viu alguma delas na TV? Não? Eu também não.
Os poucos jogos transmitidos pela TV têm deixado a maior parte do público sem conhecer, por exemplo, uma das principais revelações desta temporada: a atacante Estefânia, 22 anos e 1,82m, a número nove da Nossa Caixa/Recreativa. Ela faz jogadas desconcertantes. Consegue colocar um ataque curto na diagonal da quadra adversária que espanta até a levantadora Fernanda. Poucas atacantes conseguem fazer essa jogada.
A história de Estefânia também é bacana. Ela joga desde os 12 anos. Mas tinha outra paixão na vida, o pagode. Adorava ir dançar. O vôlei -ora o vôlei- ficava meio pra lá. No ano passado, o técnico Chico e o pai chamaram Estefânia para uma conversa séria. Ou ela assumia o vôlei ou desistia. O "Flerte", uma das casas noturnas que Estefânia mais gostava de ir dançar em Ribeirão Preto, perdeu uma frequentadora assídua. Mas o vôlei ganhou uma superatacante.

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