São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 1994
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Patinadora faz acordo e disputa a Olimpíada

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um acordo com o Comitê Olímpico dos EUA (Usoc) permitirá à patinadora norte-americana Tonya Harding realizar seu sonho: disputar os Jogos Olímpicos de Inverno de Lillehammer, iniciados sábado. "Finalmente, vou provar ao mundo que posso ganhar a medalha de ouro", exultou Tonya, acusada de ter planejado o atentado cometido em janeiro contra a rival Nancy Kerrigan.
Tonya e Nancy treinarão juntas para a prova de patinação artística feminina, que será disputada nos dias 23 e 25. As duas se recusaram a treinar em rinques separados, segundo a chefe da equipe de patinação dos EUA, Gail Tanger.
O acordo entre o Comitê dos EUA e Tonya foi anunciado algumas horas após a cerimônia de abertura dos Jogos, anteontem à tarde. Os advogados da patinadora aceitaram retirar a ação que ela movia contra o Usoc, pedindo indenização por danos que sua possível exclusão dos Jogos lhe causariam. O valor da reparação poderia passar de US$ 20 milhões. O Usoc tinha marcado uma reunião para dia 18, em Oslo, na qual poderia excluir Tonya da Olimpíada por violação da ética esportiva.
Nancy Kerrigan não quis comentar a decisão. "Não sei o que vou sentir quando vê-la. Não sei o que vai acontecer. Não quero falar sobre isso", disse. "Parece que, por enquanto e no que diz respeito à competição olímpica, o caso está encerrado. Não importa minha opinião sobre a decisão. Os Jogos começaram e é hora de patinar", acrescentou. O técnico de Nancy, Evy Scotvold, não gostou do acordo e disse que vai pedir explicações ao Usoc. Ele continuará tentando impedir que as duas treinem juntas na Noruega.
O presidente do Usoc, Harvey Schiller, leu uma declaração oficial segundo a qual o acordo foi feito para acabar com a polêmica que vinha distraindo a delegação dos EUA. Ele disse que permanecia chocado: "Foi um ataque não apenas a uma atleta, mas aos ideais olímpicos e à esportividade."
A decisão alegrou a técnica de Tonya, Diane Rawlinson, e a presidente do fã-clube da patinadora, Elaine Stamm. "Deus escreve certo por linhas tortas. Tudo isso foi um teste e estou muito feliz em saber que Tonya poderá competir", disse a técnica. "Ela vai dar a exibição da sua vida", previu a fã Elaine.
A organização dos Jogos reagiu com alívio ao acordo. A polêmica vinha ofuscando o resto da Olimpíada. No entanto, o foco continua sobre as duas, que vão treinar no mesmo rinque e competir na mesma prova. Tonya deve chegar à Noruega na quarta-feira, o que vai reacender a discussão sobre o caso.

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