São Paulo, segunda-feira, 14 de fevereiro de 1994 |
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Culkin é terror de calça curta
INÁCIO ARAÚJO
Produção: EUA, 1993 Direção: Joseph Ruben Elenco: Macaulin Culkin, Elijah Wood Onde: a partir de hoje nos cines Ipiranga 1, Center Iguatemi 3, Eldorado 4, Lar Center 2 Uma empreitada oportunista, como o "O Anjo Malvado", depende um tanto da sorte. A idéia era pegar um ídolo mirim, Macaulin Culkin, e transformá-lo numa Bette Davis de calças curtas: mau, criminoso, perverso. Belo lance de marketing colhido a meio caminho por uma tempestade: a onda de crimes cometidos por crianças com mais ou menos a mesma idade do garoto do filme. Daí por diante, não existia mais essa divisão confortável entre ficção hollywoodiana e realidade. "O Anjo" virou uma batata quente que, nos EUA, foi visto de esguelha, fez carreira mediana e esfrangalhou a imagem de Culkin. Na Inglaterra –país do mais brutal crime infantil já cometido– foi posto em quarentena pela censura. À parte isso, "O Anjo Malvado" é um triunfo do psicologismo. Mark (Elijah Wood) é um menino de 10 anos cuja mãe acaba de morrer. O pai deixa-o por uns tempos aos cuidados dos tios e de uma terapeuta, a dra. Davenport. No início, Mark se dá bem com o primo Henry (Culkin). Logo, porém, descobre nele um ser diabólico, que já nas primeiras sequências mata um cachorro e provoca um desastre automobilístico monstro. Mark tenta advertir os adultos para o fato. Mas, como perdeu a mãe, é visto como "garoto problema". Daí por diante toda a questão é desmascarar Henry sem deixar mal a psicologia (mas fica claro que a dra. Davenport é uma besta). Na história, a ciência deve triunfar para que possamos dormir tranquilos. Na vida real, a situação é mais complicada. (Inácio Araujo) Texto Anterior: "Kalifornia" cria o caos em videoclipe Próximo Texto: Roteirista não crê em inocentes Índice |
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