São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 1994
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Mercosul é compromisso irreversível

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O Mercosul é um compromisso irreversível do governo brasileiro. Esta foi a principal conclusão dos cinco participantes do debate "Mercosul: Prazos e Limites", promovido no auditório da Folha no último dia 4.
Embora não tivessem dúvida quanto à oportunidade da integração dos países do Cone Sul, os debatedores mostraram divergências em relação ao cronograma de implantação do Mercosul.
Duas posições ficaram na mesa: uma que reconhece que existem vários problemas para a integração, mas defende a manutenção dos prazos rígidos da redução das tarifas aduaneiras e uma segunda que sugere uma revisão ampla do cronograma de implantação do mercado comum entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Segundo a primeira posição, os problemas e as dúvidas deveriam ser resolvidos durante a implantação do Mercosul. Os que não concordam com isso, preferem o adiamento da implantação da tarifa aduaneira comum. Eles preconizam uma discussão, com uma maior participação da sociedade, dos objetivos e pedem mais tempo para a harmonização das políticas econômica e social dos quatro países.
A questão da soberania dos países integrantes do Mercosul também dividiu as opiniões. De um lado, o ponto de vista de que os Estados têm que ceder parcela de sua soberania em favor do sistema de integração regional. Essa visão pressupõe a criação de órgãos supranacionais para administrar o Mercosul. Em um extermo oposto, a crença de que o Mercosul deve ser administrado pelos instrumentos intragovernamentais existentes.
Mediado pelo jornalista Luis Nassif, colunista da Folha, participaram do debate o deputado José Serra (PSDB-SP); o empresário Luiz Fernando Furlan, diretor titular do Departamento de Comércio Exterior da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo); o jurista Vicente Marota Rangel, professor de Direito Internacional da Faculdade de Direito da USP e ex-consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de 1990 a 1993, o embaixador Paulo Nogueira Batista; e o sindicalista Miguel Rosseto, secretário de Política Sindical da CUT (Central Única de Trabalhadores).

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