São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mesmo com URV, indicadores setoriais deverão ser mantidos
MARIA ALICE ROSA
Se os índices detectarem uma inflação maior do que a da indexação oficial, a URV será desrespeitada, segundo representantes destes setores. Já os médicos avisam que zerar a defasagem de seus preços na hora da conversão para a URV é a única maneira de fazer o plano funcionar nesta área. Calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o Índice da Construção Civil (ICC) é composto por quase 30 indicadores que dão a radiografia dos custos do setor em São Paulo. "Se a variação deste índice for maior que a determinada pela URV, os preços de nossos contratos vão crescer na proporção do ICC", afirma Carlos Eduardo Lima Jorge, diretor-executivo da Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas (Apeop). Para Lima Jorge, esta é a única alternativa para evitar o que ocorreu durante o Plano Cruzado, quando os custos subiam e o repasse esbarrava no congelamento dos preços. Ele diz que o índice setorial só pode ser abolido quando a economia é estável. Locação José Roberto Graiche, à frente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios (Aabic), diz que os contratos de locação terão que ter um índice "para se prevenir da inflação da moeda. Se nem na Suíça a inflação é zero, quem dirá aqui". Atualmente o setor se baseia nos índices da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o IGP-DI e, o mais usado, o IGP-M. Graiche quer atualização dos aluguéis e salários até a data da conversão. Os médicos também querem aumentar seus preços, hoje reajustados pelo IGP-M para os que recebem pela tabela de coeficiente de honorários. No caso dos médicos particulares a base é o dólar. A tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), do município de São Paulo, é corrigida uma pouco abaixo da inflação, segundo Wirton Palermo, secretário-geral da Associação Médica Brasileira (AMB). Cartão de crédito O medo de perder com a URV desaparece no setor de cartão de crédito. A estabilidade da moeda, marcada para a segunda fase do plano, provocaria uma explosão "capaz de quadriplicar nosso faturamento", calcula Nilton Volpi, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviço (Abecs). "Só assim o cartão resgataria sua função original, que é de funcionar como dinheiro", afirma Volpi. Hoje, o faturamento está em US$ 5,5 bilhões, com 8,5 milhões de portadores no Brasil. Texto Anterior: Apoio mineiro; Conversas na praia; Festa familiar; Próximos passos; De pai para filha; Arrumando a casa; Todo cuidado; Pergunta pertinente; TIROTEIO Próximo Texto: Lobbies se articulam para influenciar Congresso Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |