São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 1994 |
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Bicheiros recebem saudação no desfile Escolas homenageiam patronos presos MARCELO MIGLIACCIO
"Vou mandar um recado para uma pessoa que não está presente aqui, mas está no nosso coração: meu amigo, a Beija-Flor te ama!", gritou o puxador Neguinho nos microfones do Sambódromo antes de soltar seu tradicional grito de guerra e começar a puxar o samba da escola de Nilópolis, na noite de anteontem. O destinatário da declaração de amor era Aniz Abraão Davi, o Anísio, encarcerado no presídio Vieira Ferreira, em Niterói. Também preso em Niterói, Luiz Pacheco Drumond, o Luizinho da Imperatriz, foi saudado na passarela com um coro de "parabéns a você" puxado pelos diretores de sua escola. Anísio e Luizinho são colegas de cadeia de Miro e Maninho, do Salgueiro, cujos comandados foram menos cerimoniosos e fizeram homenagens nominais. "Esse desfile é em homanegam a Miro e Maninho" –ecoou pelas arquibancadas. Depois das constantes denúncias de que os bicheiros gozam de mordomias na prisão, o governo estadual resolveu restringir a divulgação de informações sobre o que se passa com eles. Na Polinter, onde estão Zinho, Capitão Guimarães e Paulinho Andrade, filho de Castor, patrono da Mocidade Independente, somente parentes diretos tiveram acesso aos bicheiros nos últimos três dias. A Folha apurou que os presos acompanharam os desfiles pelos aparelhos de TV que instalaram em suas celas. Durante o Carnaval, Bete Andrade, mulher de Paulinho Andrade, e Aílton Guimarães Jorge Júnior, filho de Capitão Guimarães, foram à sede da Polinter para visitas. Ontem às 15h50, um empregado de um dos bicheiros trouxe bolsas de roupas e caixas de refrigerante. O delegado de plantão não quis falar com a reportagem. Texto Anterior: União da Ilha faz 'revolução de materiais' Próximo Texto: Justiça impede Grande Rio de usar o terço nas fantasias Índice |
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