São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Consumo de sorvete cai no verão

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 18/02/94
O título da reportagem está incorreto. As empresas ouvidas registraram apenas o fato de que as vendas estavam inferiores a suas expectativas.
O consumo de sorvete entre 10% e 30% abaixo das expectativas nesse verão está levando as indústrias a planejar novas estratégias para a venda do produto no restante do ano. Se São Pedro não colaborou e manteve a estação chuvosa, a idéia é encontrar fórmulas que compensem a queda de faturamento do verão, época responsável por cerca de 60% da receita anual do setor, e garantam que o consumo não caia abaixo dos 137 milhões de litros de 1993.
A Kibon, líder com 62% do mercado, pensa em incrementar o consumo dos sorvetes "candy" (aqueles com chocolate, recheio etc) no inverno. "Precisamos mudar o conceito de que sorvete é produto de verão. Países com clima frio consomem mais do que os brasileiros", diz Alexandre Gama, 35, vice-presidente de criação da Almap/BBDO, uma das agências de publicidade da Kibon. Enquanto cada brasileiro toma um litro de sorvete por ano, na Argentina o consumo é quatro vezes maior. Nos EUA, são 20 litros de sorvete por ano, segundo dados da Indústria de Comestível Alaska, que vende a marca Avanti.
Clodoaldo Celentano, 54, diretor de assuntos corporativos do Grupo Philip Morris, que controla a Kibon, afirma que está em estudo uma campanha institucional mostrando que sorvete é alimentação complementar e não apenas refresco de estação. "O consumo do verão caiu 10% em relação a nossa expectativa de vendas para a estação", diz Celentano.
Marketing é também a saída da Insol para incrementar suas vendas. Dona das marcas Yopa e Gelato e de 18% do mercado, a empresa teve queda de 20% no consumo previsto para a estação. O investimento em publicidade, cujo montante não é revelado, aumentou em 30% este ano, diz Valdir Arrebola, 48, diretor-geral da Insol. A empresa lançou sete produtos em outubro. "A saída é segmentar a produção para atender a todos os gostos e bolsos", diz.
Outra estrategia da Insol pode ser o fim da parceria entre Gessy Lever e Nestlé no controle da empresa. A informação do mercado é de que a Gessy Lever venderia suas ações à Nestlé em no máximo dois meses. A Insol foi formada há três anos com o objetivo de reduzir custos operacionais e melhorar a produtividade. Na prática, a empresa não foi capaz de ameaçar a hegemonia da Kibon.

Texto Anterior: Fábricas diversificam produção
Próximo Texto: Pelo gongo; Prejuízo privatizado; Há precedentes; No paraíso; Nova razão; Filial encerrada; Novos controladores; Equilíbrio procurado; Mercado competitivo; Ganhos em Manaus; Novo controle
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.