São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 1994
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Humor que se busca no horror

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Filme: O Médico Erótico
Produção: EUA, 1983, 93 min.
Direção: Carl Reiner
Onde: SBT, 13h30

O principal está nos extremos. À tarde, a escolha fica entre um faroeste e uma comédia. "O Dia da Desforra" (comentado há pouco tempo neste espaço), que entra na Record às 13h05, deve-se a um dos principais cultores do "western spaghetti", tem Lee Van Cleef no papel central e uma história forte.
Cleef é o pistoleiro que sobe na vida à sombra de um proprietário poderoso. Recebe, em troca, a tarefa de caçar um mexicano, acusado de um crime.
Segue-se um périplo, ao longo do qual o roteiro demonstrará certas fraquezas, contornadas pela mise en scène forte de Sergio Sollima. Ele como que usa os vazios da trama para preparar o bote e, com ele, a série de surpresas que precedem o final.
"O Médico Erótico" traz uma das mais constantes duplas da comédia contemporânea: o diretor Carl Reiner e o ator Steve Martin (Martin também foi roteirista do filme). Ele está na pele de um neurocirurgião viúvo apaixonado por uma garota que rejeita o médico alegando sofrer dores de cabeça.
Daí, Martin decidir implantar um cérebro encantador no corpo de sua bem-amada. Os resultados são incômodos, à maneira de uma comédia que busca seu apoio nos filmes de horror. Mas o humor fica garantido por Steve, um comediante que deveria dirigir seus filmes (o que ele pede publicamente em "L.A. Story") para se ver no que dava.
Para ver a outra comédia de peso do dia, será preciso esperar até 1h (na Globo). Tudo bem, porque William Wyler esperou quase vinte anos para voltar a esse gênero, que não era sua especialidade. A história diz respeito a princesa que tenta passar incógnita por Roma, mas é descoberta por um jornalista. Ele é quem se disfarça e esconde sua condição, enquanto tenta levantar uma reportagem.
O principal investimento é na captação de detalhes da vida romana, o que constitui a marca de um filme que não precisa de muitas marcas mais: ter Audrey Hepburn e Gregory Peck na cabeça do elenco não é pouca coisa. A Globo não informa se entra com versão colorizada. Em todo caso, o filme originalmente foi feito em preto-e-branco. (Inácio Araujo)

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