São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Teatro choca bispos em missa na catedral da Sé

KENNEDY ALENCAR

Grupo encena assalto, assassinato e problemas de família
Da Reportagem LocalA apresentação de um grupo de teatro chocou os bispos e padres que celebraram ontem a missa de abertura da Campanha da Fraternidade (tema "A Família, Como Vai?"), na Catedral da Sé em São Paulo. O grupo encenou a situação de uma menina de 15 anos que engravida e não tem apoio dos pais, uma família que nunca conversa sobre seus problemas, um asssalto de trombadinhas e um assassinato.
O bispo Fernando José Penteado, da Lapa, se disse "chocado". Ele afirmou que as cenas mostram "situações de uma grande parte das famílias". Da diocese de Santana, o bispo d. Joel Ivo Catapan afirmou que "a violência das cenas choca, mas infelizmente retrata as coisas que acontecem".
Na primeira encenação do grupo de teatro Ratziel (da diocese de Brasilândia), uma menina grávida é expulsa de casa pelo pai: "Vá embora, vagabunda". A menina diz que teria seu filho na rua e que cuidaria dele sozinha, sem o apoio da família.
A segunda encenação trouxe um marido bêbado que perdeu o emprego, uma mulher que fala sozinha porque ninguém lhe dá atenção e uma filha que só assiste TV e pergunta à mãe o que é menstruação e como se fica grávida. O marido bate na mulher, a quem culpa pela perda do emprego porque ela não o acordou a tempo.
O bispo Décio Pereira, do Belém, ficou boquiaberto quando um menino levou um tiro e morreu, num asssalto que simulou a vingança de um garoto que teve seu par de tênis roubado por dois trombadinhas. Os atores usaram um revólver de brinquedo que fez um barulho alto, assustando os bispos (um deles se inclinou para trás com o susto).

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