São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Aldrich debocha da violência

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Filme: Garotos do Coro
Produção: EUA, 1977, 119 min.
Direção: Robert Aldrich
Onde: SBT, 13h30

Robert Aldrich pode ser um cineasta convencional e competente. É quando produz "Os Doze Condenados" e similares. Mas boa parte de seus filmes interessantes são, como "Garotos do Coro", produções relativamente modestas em que se preocupava pouco com o bom-tom.
"Garotos do Coro" evolui como uma demonstração da violência policial, o que é banal. O interessante é a maneira como essa atitude se imagina dotada de plena inocência (a palavra "garotos", no título, dá bem idéia dessa reivindicação de infância).
O filme se destaca das muitas banalidades com que a quinta-feira nos presenteia (nos últimos tempos, parece que as emissoras estão fazendo propaganda das TVs por assinatura, tal a quantidade de filmes não encaráveis que são programados), e da qual só escapa "Dirty Harry na Lista Negra", em que Clint Eastwood volta ao seu interessante personagem: o tira individualista e radical, mas não fascista como se pode pensar à primeira vista.
Se Dirty Harry é um sujeito sem grande humor, "Garotos do Coro" consegue fazer a transição entre comédia e violência. Ao fazê-lo, opera uma espécie de exegese de um tipo de comportamento que tem muito a ver com a violência urbana (nos EUA ou aqui).
Resta ainda "Esta Loura É um Demônio", comédia razoável, mas decepcionante quando se pensa que vem de um mestre da comédia americana, como Preston Sturges. (Inácio Araujo)

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