São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994 |
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Hotéis do interior são precários
CHRIS HEDGES
Mukalla, a 668 km a leste de Áden, onde há pilhas de lixo acumulado ao longo de suas praias e barracos estilo favela, não tem muito a oferecer ao visitante. Mas alguns quilômetros adiante, na estrada para Áden, a praia reverte ao seu estado natural, intocado. As praias arenosas ficam vazias, exceto por alguns barcos de pesca e meninos brincando nas ondas. É possível, por exemplo, tomar chá com moradores de uma aldeia de pesca. Em árabe, fazem muitas perguntas sobre eletricidade. Áden, antigamente a cabeça-de-ponte utilizada pelos britânicos para chegarem à Índia colonial, decaiu muito desde o século passado. Suas construções são pobres e malconservadas. Mas alguns vestígios do passado cosmopolita sobrevivem na mestiçagem racial e nos velhos edifícios coloniais. Para visitar o vale do "wadi" (rio temporário) Hadramawt, deve-se sair de Mukalla num jipe e iniciar a viagem poeirenta à Shibam. É aconselhável partir com o raiar do sol, ou mesmo mais cedo, para evitar o calor abrasador do meio-dia. Depois de duas horas entra-se o vale, uma das paisagens mais fantásticas do Iêmen. Os "canyons" profundos e largos e seus férteis "wadis" são repletos de figueiras e lagoas refrescantes. Duas horas mais tarde chega-se em Shibam, conhecida como a "Manhattan do deserto" por causa de seus altos arranha-céus de adobe. A arquitetura e a história da cidade são antigas; ela foi a capital de Hadramawt no século 3º. Cerca de 500 edifícios, cada um com entre cinco e sete andares, se apertam numa área de 0,5 km2. (CH) Texto Anterior: País lembra mundo árabe de século atrás Próximo Texto: Mascar droga é hábito local Índice |
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