São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994
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Laboratórios não cumprem acordo

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há laboratórios que não estão cumprindo o acordo feito com o governo, de reajustar os preços dos medicamentos em fevereiro e março em índices menores ou iguais à inflação. Segundo cálculos feitos pela Folha a partir de uma lista de 22 medicamentos de primeira necessidade elaborada pelo Conselho Regional de Farmácia do Rio, os remédios iniciam março com reajustes de até 62,34% frente ao início de fevereiro.
Na média, a alta foi de 41%. Seis produtos, de empresas nacionais, européias e norte-americanas, subiram mais que 40%.
"Os laboratórios que não cumpriram o acordo terão de se explicar ao governo e à sociedade", afirmou Lauro D. Moretto, vice-presidente do Sindusfarm, que representa a indústria em São Paulo. Segundo ele, o Sindusfarm apóia o acordo, embora não tenha negociado com o governo (as empresas negociaram diretamente).
O presidente do conselho de farmácia, Raslan Abbas, considera que o governo também terá de se explicar. Segundo ele, os setores oligopolizados, como o dos remédios, estão ficando marginalizados inclusive junto à CNI. "Fernando Henrique ameaça tanto os oligopólios, mas onde está a medida provisória com a legislação antitruste? Por que o governo não faz nada contra os abusos?" Para ele, esses reajustes prejudicam o Plano FHC.

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