São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994
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Tarifas ficam sem conversão em 1º de março

LILIANA LAVORATTI; IVANIR JOSÉ BORTOT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Tarifas ficam sem conversão em 1.º de março
Fazenda conclui que cálculo pela média poderia provocar aumento de preços; mudança vem ao longo do mês
LILIANA LAVORATTI
IVANIR JOSÉ BORTOT
As tarifas públicas não serão mais convertidas em URV (Unidade Real de Valor) no dia 1º de março, como chegou a ser previsto. O Ministério da Fazenda constatou que a conversão automática, mesmo pela média, poderia provocar um aumento real nos preços para os consumidores de combustíveis, telefone e energia elétrica, principalmente. Alguns desses preços, como o selo postal, só poderão ser convertidos quando for criada a nova moeda, por causa das dificuldades operacionais.
A MP (medida provisória) que cria o novo indexador vai autorizar o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, a estabelecer as regras para a conversão das tarifas públicas. Algumas poderão ser convertidas ao longo do mês de março, como combustíveis.
Na madrugada de anteontem, FHC rejeitou a proposta defendida pelas estatais, que implicava correção diária da maioria dos preços. Em decorrência disso, todos os dias a população pagaria mais caro, em cruzeiros reais, para usar os serviços públicos. Hoje não é cobrada a correção monetária entre a data do consumo e o pagamento, período que chega a 45 dias.
As discussões ocorridas entre a Fazenda e as estatais não resultaram em soluções práticas que possibilitassem a indexação à URV sem correção diária, por isso FHC optou por não fazer mudanças imediatas nos preços das tarifas.
Uma das poucas definições até agora é que a média será calculada com base nos últimos quatro meses para seguir o mesmo critério dos salários. O governo pretendia transformar as tarifas como exemplo de conversão à URV a ser seguido pelo setor privado.

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