São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994
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Versão original; Forma definitiva; Revoada aflita; Sonhos de verão; Adega repleta; Nuvens no horizonte; Promessa de segurança; Foro escolhido; Gazeta incoerente; Jogo de sedução

Versão original
Muita gente na equipe de FHC torce para o Congresso não votar a medida provisória da URV. Assim, com uma ou duas reedições, ela chegaria intocada ao momento de implantação da nova moeda.

Forma definitiva
A aposta na displicência do Congresso deu tranquilidade à Fazenda para fazer um texto sem margem para negociação. E vingou o prazo de quatro meses para o cálculo da média de salários.

Revoada aflita
Na quinta, com a boataria sobre controle de preços, o aeroporto de Brasília viveu um movimento inusitado de jatinhos. No fim do dia, em apenas duas horas, 19 decolaram de volta, rumo ao Rio ou a São Paulo. É o lobby empresarial.

Sonhos de verão
Ao longo da semana, perdeu força na equipe econômica a intenção de interferir nos preços. O que sobreviveu é muito pouco perto do que já foi concebido. Morreu, por exemplo, a idéia de congelamento total dos preços em URV.

Adega repleta
A bagagem de Itamar foi encorpada ontem, no Sul, com caixas de vinho, garrafas de graspa (mistura de cachaça e uvas), pães, bolos e tortas. Mas o que mais o impressionou foi o brasão da família Franco, doado por um expositor.

Nuvens no horizonte
Líderes no Congresso se preocupam com o "day after" da implantação da URV. Dizem que o plano não foi feito para derrubar a inflação de imediato, mas que, se isso não for bem explicado, há o risco de rápida frustração social.

Promessa de segurança
Especialistas convocados para analisar a MP da URV tranquilizaram a Fazenda quanto à possibilidade de os funcionários públicos recorrerem à Justiça contra a conversão dos salários pela média. Garantem que há defesa de sobra.

Foro escolhido
FHC quer que as câmaras setorias sejam o principal espaço para negociar ajustes do plano. A primeira reunião, com o setor de brinquedos, foi acertada entre Emerson Kapaz, da Abrinq, e Élcio Álvares, do MIC, para março.

Gazeta incoerente
Parlamentares apontavam ontem a "incoerência" do ex-ministro Andrade Vieira (PTB-PR). Enquanto sua irmã, Maria Cristina, promovia o ato "Luto pelo Brasil" e o Congresso votava o FSE, o senador passeava pela Europa.

Jogo de sedução
Tânia Barcelar, do Conselho de Segurança Alimentar, disse a FHC que a tendência do Consea era apoiar Barelli na luta pelo salário mínimo de US$ 85. O ministro falou contra e prometeu fazer do dólar "um escudo para o salário."

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