São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994
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CS da ONU debate a chacina

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se ontem à noite em Nova York para debater a chacina de palestinos em Hebron e esperava-se uma declaração condenando o massacre e destacando a necessidade de que continue o diálogo entre Israel e a OLP. O secretário-geral das Nações Unidas, Boutros Boutros-Ghali, condenou " nos termos mais fortes possíveis esse desprezível ato de violência" e exigiu que Israel garanta que os colonos nos territórios ocupados "evitarão esses atos criminosos".
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia defendeu medidas que "assegurem a continuidade produtiva das conversações e que impeçam que extremistas tenham a chance de torpedear o processo de paz". Para Moscou, a condenação do massacre pelo governo israelense "não exime a liderança de Israel de sua responsabilidade nem remove a necessidade de agir para evitar uma escalada de violência".
A Cruz Vermelha exortou as Forças Armadas israelenses e os palestinos a respeitarem a população civil. O Organismo de Socorro da ONU aos Refugiados Palestinos expressou "consternação pela magnitude da matança". O recém-criado Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos disse que Israel deve "assumir sua responsabilidade para evitar crimes como esse e punir seus autores". O governo da França condenou o "crime hediondo cometido num local de oração" e anunciou o envio imediato de 3 toneladas de medicamentos para Hebron.
O líder líbio, Muammar Gaddafi, comparou o autor da chacina a líderes terroristas conhecidos: "Abu Nidal, Ahmed Jibril e outros combatentes palestinos são anjos em comparação com os selvagens israelenses que cometeram esse ato escandaloso contra fiéis inocentes". O governo da Jordânia decretou três dias de luto oficial.
O chanceler do Líbano, Faris Bouez, disse que "essa chacina lembra o Holocausto" (o massacre de judeus pelos nazistas). O governo do Irã decretou um dia de luto e disse que "o massacre foi uma consequência previsível do apoio dado pelo imperialismo norte-americano à política do ilegal e ilegítimo regime sionista".

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