São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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PFL adia definição de candidato e pode apoiar FHC

TALES FARIA

TALES FARIA; FÁBIO GUIBU
ENVIADO ESPECIAL AO RECIFE

FÁBIO GUIBU
O PFL está disposto a apoiar Fernando Henrique Cardoso para a Presidência da República caso o plano econômica tenha sucesso. Por essa razão, o partido decidiu ontem adiar para abril a definição de sua candidatura. Espera os primeiros resultados do plano FHC.
O 4º Encontro Nacional do PFL, realizado ontem em Recife, decidiu que a cúpula do partido só irá se definir sobre as candidaturas à Presidência da República depois que forem ouvidas as chamadas "bases nos Estados".
Uma parte do partido defendia o lançamento imediato da candidatura do governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, enquanto outra corrente, com o líder do PFL no Senado, Marco Maciel (PE) à frente, queria que o partido se definisse pela formação de uma "ampla aliança" visando a "retomada" da antiga Aliança Democrática. Uma chapa reunindo o PFL ao PSDB, PMDB, PDT, PP e PTB para se opôr à candidatura de Luiz Inácio da Silva, do PT, à Presidência.
Acabou vitoriosa na reunião a proposta do senador Guilherme Palmeira (AL): antes de qualquer definição sobre candidatura ou alianças, a cúpula nacional do PFL vai fazer enquetes entre os líderes pefelistas em todos os estados para saber como as chamadas "bases" do partido querem ver o PFL nas eleições. Do encontro de ontem, participaram a Executiva Nacional, governadores, parlamentares e presidente de diretórios regionais do PFL.
Mas as duas correntes se disseram satisfeitas com o resultado da reunião. "Se o partido se definisse agora por uma candidatura própria, atrapalharia as negociações para a formação de alianças capazes de realmente tirar o país da crise", disse Maciel. O presidente da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), que integra a corrente de Maciel, arremata: "Nesse período, se o plano econômico der certo, é claro que a chapa tem que ser encabeçada pelo ministro FHC."
O presidente nacional do partido, Jorge Bornhausen, disse que, com a decisão, se sentirá "mais à vontade" para comandar as articulações do partido para as eleições. Ele lembra que "há pouco" recusou convite do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, para fechar uma aliança com o PPR porque não sabia a posição do PFL nos estados sobre o assunto.
Candidato natural "O partido não tem um cacique, como outras agremiações. Então é melhor termos esse tempo, não só para ouvir os estados como também para esperar uma definição do Congresso revisor sobre as regras que podem ser alteradas já para as próximas eleições. Nesse período, já teremos os primeiros resultados do plano econômico, que naturalmente vai influir no quadro sucessório", disse Bornhausen.
O governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães, foi saudado no encontro do partido como o "candidato natural" do PFL à Presidência da República, caso não haja alianças. "Na hora que ele se lançar candidato, o partido vai todo com ele", disse Bornhausen. Mas o próprio ACM deixa as portas abertas para FHC. "Meu projeto pessoal é concorrer ao Senado pela Bahia. Mas acima de tudo minha preocupação é o país. O PFL tanto pode ter um candidaro próprio como pode fazer composições. Nesse caso, não é hora de nomes nem de exclusões", respondeu ACM.

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