São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994 |
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François se apaixonou pelo físico de Fátima Arquiteto e professora estão juntos há 5 anos em Paris FERNANDA SCALZO
Os dois se conheceram num domingo, em fevereiro de 1988, na praia do Porto da Barra em Salvador. Fátima perguntou as horas e foi então que tudo começou. François ia viajar pelo Nordeste e fez de Salvador seu porto seguro. Voltava sempre para ver Fátima. Quando François voltou para a França, começaram as cartas e logo veio o convite para Fátima ir para Paris. "Eu disse: a felicidade só bate na porta uma vez. Larguei tudo e vim para cá", diz Fátima. Chegou em julho de 1989. "A adaptação foi muito difícil. Eu nunca tinha saído de casa, estava sempre com meus pais e minhas irmãs", diz Fátima, que só começou a se sentir "em casa" quando começou a trabalhar, um ano e meio depois. "No começo eu me sentia completamente diferente das francesas. Mas para viver a gente tem que seguir o ritmo, se igualar. Então, por exemplo, eu comecei a levar um livro no metrô, no ônibus, e também começei a ler. Eu aprendi muito a ser mais humilde, menos orgulhosa, mais dinâmica e mais aberta." Para François, sua mulher é mais vaidosa que as francesas, cheia de cuidados quando vai sair, e isso era motivo de briga entre os dois. "Agora ela melhorou, mas ainda não é como as francesas." Segundo Fátima, os homens franceses, além de terem mais humor que os brasileiros, são sobretudo menos machistas. François a ajuda na cozinha, na faxina e com a filha. Assim ela continua com tempo para suas "vaidades". Fátima diz que só tem saudades do Brasil quando é inverno na França. "Acho que eu não me acostumaria a viver lá de novo. Só para férias. Ou, se a gente fosse rico, podia passar seis meses aqui e seis meses lá, seria ideal", diz. Da sua vida na França, o que Fátima mais gosta é de seu "maridinho François", sua filha e seu trabalho. Encantados com a chegada de Flávia, os dois querem dar à filha uma educação bilíngue. Com a mãe ela falará português e com o pai francês. "Os filhos precisam de raízes de um dos lados", diz François. Texto Anterior: Associação vai reunir brasileiras na Suíça Próximo Texto: Brasil exporta 'esposas dóceis' para Europa Índice |
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