São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Indonésia e China reivindicam GPs

FLAVIO GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

A FIA e a Foca não estão cegas para o fenômeno de queda de audiência de suas corridas. Há algum tempo que as duas entidades, diante da passividade do público europeu motivada pelo tédio dos últimos dois anos, buscam novos mercados para seu produto mais vendável.
O primeiro grande passo foi dado este ano, com a marcação de uma segunda corrida no Japão, o GP do Pacífico. A prova vai acontecer no dia 17 de abril no circuito de Aida, uma pista de 3.702 metros que fica longe de tudo. A cidade grande mais próxima é Osaka, a 250 km de distância.
Apesar da recessão que assustou os japoneses no final do ano passado, o país ainda é a galinha dos ovos de ouro da F-1. Equipes como a Benetton e a Tyrrell, por exemplo, subsistem graças ao dinheiro do Oriente. Em 94, ambas levarão em seus carros o logotipo verde e azul dos cigarros Mild Seven, uma das marcas da gigantesca Japan Tobacco.
Pilotos japoneses, como Aguri Suzuki e Ukyo Katayama, são sempre solicitados graças a suas contas em ienes –apesar dos poucos predicados técnicos que possuem. Outros, como fez Toshio Suzuki na Larrousse no ano passado, alugam vagas como quem vai à feira comprar bananas nanicas.
A Ásia não pretende parar por aí. Indonésia e China são dois dos países que pleiteiam sua inclusão no calendário da categoria em detrimento de candidatos mais tradicionais como a Áustria, a Holanda e a Alemanha –que luta por um GP da Europa em Nurburgring. Comissários da FIA já vistoriaram um circuito indonésio e deram seu OK nos quesitos segurança e infra-estrutura.
Outro mercado que parece ser promissor é a Rússia. Na semana passada, a empresa NPO Energomash divulgou em Moscou a informação de que está desenvolvendo um motor V8 para colocar na F-1 em 95. Se ninguém se interessar, a fábrica avisa: outra companhia local já tem pronto um projeto de chassi e que ninguém se surpreenda se aparecer uma equipe genuinamente russa nas pistas no ano que vem. (FG)

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