São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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Muller prefere São Paulo a jogar agora no exterior

Atacante espera se projetar na Copa e na Libertadores

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Seu nome foi berrado nos estádios. Seu nome ocupou as páginas de fofocas dos diários. Seu nome foi lembrado pela Europa. Seu nome está na lista dos que vão para a Copa. Seu nome é Luís Antônio Corrêa da Costa. Mas todo mundo o conhece por Muller.
Desde que o seu contrato venceu, no dia 31 de dezembro, Muller passou 56 dias no limbo. Foi acusado de pedir salário "europeu", de não ter bom senso etc. "Estou pedindo o que eu mereço", respondeu. E o que Muller merece? Muito. Para quem não concorda, basta recordar o dia 12 de dezembro: depois de o São Paulo permitir por duas vezes ao Milan empatar a partida, quando todos já aguardavam a prorrogação, Muller, que não fez nada o jogo inteiro, se enroscou com a bola. São Paulo 3 a 2 Milan e bicampeão mundial interclubes.
E Muller poderia ter ido para o Valencia. "A proposta não empolgou", disse. Muller reconheceu que sair neste momento do São Paulo era bobagem. "Tem o Paulistão, a Copa, a Libertadores. E o São Paulo dá ótimas condições para trabalhar", disse o jogador. Ele não desprezaria uma boa proposta do exterior. Mas dificilmente trocaria o São Paulo por algum clube pequeno europeu. "Não sei qual é a situação do Valencia agora, parece que não é boa. Mas ganho mais ficando no São Paulo", afirmou.
Muller não é novo, completou 28 anos em janeiro, e sabe que se for bem no São Paulo e, principalmente, na Copa, sua aposentadoria será conseguida em um clube do exterior. O mesmo exterior que ele estranhou quando jogou no Torino.
E o destino quis que Muller voltasse hoje, quando o São Paulo mais precisa. À tarde, no Morumbi, ele é a esperança da torcida são-paulina, que, pela primeira vez neste campeonato, teme o adversário. O único que pode, agora, com o bicampeão do mundo. "Um grande clássico, casa cheia, os melhores clubes do Brasil na atualidade. Será emocionante."
A frase-chavão de Muller transfere para a mística do clássico a responsabilidade de não permitir ao inimigo Palmeiras disparar na tabela. (JHM)

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