São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994 |
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Preços altos prejudicam opção por locação
TELMA FIGUEIREDO
Para se ter idéia desse exagero nos preços, o aluguel de um imóvel de três dormitórios pode superar CR$ 1 milhão. Segundo pesquisa do Datafolha, na segunda semana de fevereiro, o valor médio para apartamentos com três quartos em Pinheiros (zona oeste) foi de CR$ 1,33 milhão. Segundo entidades do setor, o principal responsável pela alta nos aluguéis é o reajuste semestral, que "obriga os proprietários a fixarem preços altos para proteção do dinheiro no decorrer de seis meses". José Roberto Graiche, 48, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios), diz que com a queda da semestralidade e presença de uma moeda mais estável no país os imóveis para alugar tendem a voltar ao mercado e os preços recuarem. Segundo ele, a situação atual é transitória e atípica. "Nos últimos anos, as pessoas se habituaram à famosa 'lei de Gerson', ou seja, morar de aluguel praticamente de graça", afirma Graiche. Na opinião do consultor Lincoln Jorge Marques, 36, as pessoas que querem alugar casa ou apartamento "pagam a conta" das intervenções do governo no setor. Para o engenheiro Aventino Alves, 51, a opção de morar de aluguel já representou a possibilidade de "morar melhor, com mais conforto e espaço". Com a mulher e dois filhos, viveu por dois anos em uma cobertura alugada no Rio, com direito a piscina privativa. "Nossos filhos tiveram a oportunidade de estudar em bons colégios particulares", diz Moema. Hoje a família mora em um amplo apartamento em Perdizes (zona oeste), também alugado. Mas Aventino já não considera o aluguel com uma boa opção. Em breve pretende comprar um imóvel. Texto Anterior: Mercado de aluguel pára à espera da URV Próximo Texto: Mercado recupera crescimento nas vendas Índice |
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