São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Acordo para redução do prazo inclui os ministros

WILLIAM FRANÇA; LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os grandes partidos viabilizaram ontem a votação da redução dos prazos de desincompatibilização para governadores e ministros de Estado. O PT afirma que a proposta é um casuísmo que tem o objetivo de beneficiar o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que seria o candidato de uma coligação envolvendo PSDB, PFL e PMDB. O líder do PFL na Câmara, Luis Eduardo Magalhães (BA), afirma que aprova a redução do prazo também para ministros.
Pela emenda original, apenas os governadores seriam beneficiados. Na emenda articulada pelos grandes partidos, o prazo de desincompatibilização seria reduzido de seis para três meses para governadores e ministros. Com isso, Fernando Henrique teria prazo até 2 de julho para deixar o Ministério e se candidatar a presidente da República. Haveria assim tempo para ele consolidar o plano econômico lançado anteontem, inclusive com a conversão da URV em real.
Os deputados do PT afirmaram que circulou ontem no plenário uma proposta de emenda aditiva que reduz o prazo de desincompatibilização para ministros de Estado. O relator da revisão, deputado Nelson Jobim (PMDB-RS), afirmou que não tomou conhecimento da emenda, mas admitiu que ela é tecnicamente viável.
A possibilidade redução dos prazos de desincompatibilização foi garantida com a aprovação de um requerimento que antecipa a votação da chamada "agenda política". A intenção dos líderes é começar a votação desses temas políticos ainda hoje.

Texto Anterior: Itamar suspende demissão de Margarida
Próximo Texto: Temer quer mostrar prestígio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.