São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Moradores realizam protesto

DA SUCURSAL DO RIO

Revoltados com a demora da polícia em retirar os cadáveres dos seis mortos na chacina, moradores do conjunto habitacional do Quitungo fizeram às 15h um protesto na estrada do Quitungo, bloqueando-a com pedaços de madeira e latas de lixo. Alguns chegaram a jogar pedras contra ônibus e carros. A PM reprimiu o protesto.Parentes das vítimas desmaiavam ao ver os corpos na sala do apartamento 407. A dona do apartamento, a doméstica Nilta Leite, que perdeu três filhos na chacina, teve uma crise nervosa e foi levada para um hospital.Durante toda a manhã, vizinhos faziam fila nos corredores do bloco onde ocorreu o crime –todos ávidos para ver os corpos estendidos na sala. Como os policiais militares liberavam, a cada vez, apenas um grupo de cinco pessoas para ver os corpos, formou-se uma grande fila, desde o térreo.Um homem, revoltado ao ver os corpos, começou a gritar para os jornalistas que nenhum dos mortos era bandido. "Isso foi uma covardia, era tudo trabalhador", gritava, muito nervoso. Ele afirmou não saber o motivo do crime. Moradores afirmaram que os três irmãos mortos trabalhavam vendendo lâmpadas.

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