São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994 |
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Falso médico é preso em Perdizes
DANIEL CASTRO
Steinmetz –nascido na Alemanha, registrado na ex-Iugoslávia e naturalizado brasileiro– foi solto à noite, após pagar fiança de CR$ 70 mil. Ele estava sendo investigado desde setembro do ano passado, quando o industrial Francisco Rodrigues de Souza o denunciou à polícia. Na época, o Instituto Adolfo Lutz analisou um frasco do "remédio" vendido ao filho de Souza, Ricardo, 9, que sofre de disritmia cerebral. O laudo conclui que três dos componentes listados na fórmula não existiam na solução, composta apenas de "água, glicose e sujidades". O falso médico atuava há 18 anos. Era dono de uma clínica em Perdizes (zona oeste) e outra em Jundiaí. Para prendê-lo, a investigadora do Decon Lucia Asano se consultou, alegando ter amnésia, e pagou CR$ 164 mil. Maria Elena Timoner, 35, médica (de verdade), trabalhava na clínica de Perdizes e também foi presa. Steinmetz foi indiciado em inquérito por exercício ilegal da medicina. Segundo Talma Bauer, chefe dos investigadores da 2ª Delegacia de Saúde Pública, o falso médico atendia cerca de 80 pessoas por dia. "Um tratamento custava até CR$ 500 mil por mês. Teve gente que vendeu carro para poder comprar os remédios", disse. Na clínica, o Decon apreendeu cerca de 5.000 fichários de clientes e 20 tipos diferentes de "remédios". Steinmetz se recusou a depor na polícia. Ele negou que fizesse consultas e afirmou que apenas produzia os remédios, formulados por Maria Timoner. (Daniel Castro) Texto Anterior: Grande SP registra mais oito casos de leptospirose Próximo Texto: Polícia prende acusado por assassinato de médico em 93 Índice |
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