São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Começa a adesão voluntária

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma dúzia de rosas por 7,5 URVs, um vaso ornamental por 14,5 URVs, uma calça por 25 URVs ou uma gravata de seda puro por 13 URVs. O comércio paulista amanheceu ontem -o primeiro dia da Unidade Real de Valor- com algumas lojas já aderindo, voluntariamente, ao novo indexador. "O preço em URV é uma referência ao cliente", diz Abdala Hesser, 39, dono da Di Marino e presidente do Clube dos Lojistas do Itaim, na zona sul da cidade.
Desde ontem, as etiquetas da Di Marino têm preços em cruzeiros reais e em URV. Hesser afirma que seus preços poderão aumentar em cruzeiros reais a cada semana (a remarcação não será diária), mas que o valor será mantido em URV. "Daqui a 20 dias, o cliente vai pagar a mesma quantidade de URVs pelo produto", diz. As promoções da loja de roupas masculinas só acontecem em cruzeiros reais. Por exemplo: uma calça de perolin está por CR$ 18.900,00. Na vitrine, está expresso o valor promocional e as 33 URVs. "Mas 33 URVs equivalem a CR$ 21.367,00" diz.
Com a faixa "Compre logo e pague com a URV do dia anterior", a Floricultura Sarutaiá, na região dos Jardins, avisa aos clientes que seus preços já foram "urvisados". A dona Marina Rodighiero diz que a adesão foi a forma encontrada para começar a familiarizar seus clientes com as mudanças econômicas e de prestar um serviço ao consumidor. "Nossa vantagem é que o cliente pode pagar com a URV do dia anterior."
Antes de atingir o consumidor final, a URV já chegou à Diz Assessoria de Propaganda, que faz faixas sob encomenda. A microempresa recebeu ontem quatro pedidos de faixas referentes ao novo indexador. "Cada pedido é de um segmento", diz Marisla Martins, sócia da empresa. Entre os clientes estão uma perfumaria, um supermercado, uma loja e a Dersa.
Ferdinando Rosa Pereira, dono do Recanto da Economia, supermercado do Morumbi, zona sul da cidade, encomendou a faixa "Aqui a sua URV vale mais". Segundo ele, a conversão para o novo indexador acontecerá quando todo o setor aderir. "A faixa é para o freguês sentir que estamos nos preparando para a nova moeda."
Outro adepto à URV é a concessionária Volkswagem Caraigá. Naul Ozi, diretor de marketing, diz que hoje a loja abre com todos os preços em cruzeiros reais e com equivalência em URV. "A idéia era começar ontem, mas houve problemas com a conversão dos preços dos carros populares. A partir de hoje peças, serviço e carro terão sua equivalência no novo indexador", afirma Ozi.
Paulo Nielsen, diretor do Clube dos Lojistas da Oscar Freire e dono da Nielsen's, que vende calçados, diz que sua loja deverá colocar os preços na nova unidade de referência na chegada da nova coleção, prevista para os próximos 20 dias. Ele não prevê maiores problemas, já que sua tabela têm valores em cruzeiros reais e em dólar. "O dólar é apenas uma referência para o cliente", diz. Para ele, na prática, será trocado o dólar pela URV.

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