São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Colégios de SP decidem cobrar em URV

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

As escolas particulares de 1º e 2º graus do Estado de São Paulo decidiram ontem converter suas mensalidades em URV. O valor em URV será calculado usando a média do valor pago pelos pais de novembro a fevereiro passado, mais 12,4% referentes ao aumento salarial dos professores este mês.
A decisão foi tomada em assembléia extraordinária, que lotou, com mais de 600 representantes de escolas, o auditório do Colégio Nossa Senhora do Rosário, na zona sul de São Paulo. Desde 1990, quando foram editadas oito medidas provisórias sobre mensalidades, não ocorria uma assembléia tão concorrida. Apenas uma pessoa da assembléia votou contra. "Não tenho certeza de que não vou sair perdendo", afirmou o diretor de escola, que pediu para não ter o nome revelado.
Já no início de janeiro, o Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), que representa mais de 2.000 instituições de ensino, afirmou que passaria as mensalidades à URV assim que pudesse. "Estamos demonstrando a boa vontade do setor com o plano econômico de Fernando Henrique Cardoso", diz o presidente, José Aurélio de Camargo, 45.
A conversão deve atingir as mensalidades pagas em abril –já que as deste mês já foram ou estão em vias de ser pagas. Segundo a deliberação de ontem, para a escola calcular o valor em URV, ela deve pegar a mensalidade de cada mês (novembro, dezembro, janeiro e fevereiro) e transformá-lo na URV do dia do vencimento do pagamento (uma tabela de conversão foi publicada no "Diário Oficial"); tira-se a média desses quatro valores e, sobre isso, acrescentam-se os 12,4% referentes ao aumento dos professores, cuja data base é este mês.
Desde 1988, o Sieeesp vem orientando as escolas a firmarem contratos com os pais durante a matrícula, nos quais elas fixam reajustes mensais por indexadores da inflação –como o IPC-Fipe. Camargo afirma que, como a conversão "vai bebeficiar os pais", não há necessidade de haver negociação para alterar os contratos.
As faculdades –que têm seguido outro sistema de reajuste (leia quadro ao lado) ainda não decidiram como converterão os preços.

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