São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Participantes sonham com a final

DA REPORTAGEM LOCAL

Entrar em campo na final da Copa do Mundo não será privilégio dos melhores jogadores do mundo e, só de pensarem na cena, muitos adolescentes resolveram participar do concurso Snickers Fair Play/Folha.
A estudante Cecília Reichstul, 12, sorri ao imaginar o prêmio. "Deve ser muita emoção", diz a são-paulina. Mesmo sendo frequentadora das partidas no Morumbi, Cecília não tinha pensado, antes do concurso, em ir aos Estados Unidos ver a Copa. "Acho que agora vou fazer a redação".
Seu "meio-irmão", o corintiano Mateus Gomes Ferreira, 13, também deve aprontar o papel e a caneta, não só de olho na Copa, mas também porque se diz indignado com a situação do futebol e gostaria de falar sobre o tema "Jogue limpo no esporte e na vida". "Todos os times tentam comprar os juízes, os jogadores agridem os outros e não são punidos. "Na Copa os jogos serão mais justos".
A idéia de ter jovens do mundo todo falando sobre mais justiça e "limpeza" no esporte agradou também a estudante Aline Rodrigues, 12, que vai, em sua redação, falar de "tudo sobre o futebol". "Trapacear para ganhar não dá em nada", protesta a garota são-paulina.
Outro "revoltado" é o estudante Tiago Rossi Moherdaui, 16. Ele conta que acabou de chegar dos Estados Unidos, onde ficou conhecendo a campanha "Fair Play". "No basquete a gente não vê jogadores reclamando das decisões do juiz. No futebol, isso tem que acabar, senão gera muita violência", diz o garoto fanático pelo esporte. Seu amigo André Henrique Graziano, 16, concorda e acha que a idéia de uma redação sobre o tema ajuda os jovens a pensarem no assunto.
Correndo no mesmo páreo para ir à Copa, todos eles têm pelo menos a mesma certeza: o Brasil vai ser campeão.

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