São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994
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Gil não aceita ser reserva

UBIRATAN BRASIL
DA REPORTAGEM LOCAL

O mais abatido com as mudanças no time promovidas pelo técnico Wanderley Luxemburgo foi o lateral-direito Gil Baiano. Sua volta à reserva justificou-se apenas por um argumento: com a crescente cobrança da torcida, que se irrita com a atuação do jogador, o treinador decidiu trocá-lo por Cláudio, recuperado de uma ruptura muscular. "Não quero queimá-lo", disse Luxemburgo. "Para evitar um abatimento, resolvi deixá-lo na reserva."
O discurso, porém, não agradou o lateral. "Fiquei muito magoado por deixar o time nessas condições", disse, inconformado com o teor das cobranças. "Cheguei a ouvir de torcedor que fui culpado por ter deixado o time 16 anos na fila, só porque ajudei o Bragantino a desclassificar o Palmeiras, em 91." Gil Baiano foi consolado por outros jogadores, especialmente o meia Mazinho, que sofreu uma cobrança semelhante quando chegou ao clube. "É realmente difícil manter a concentração nessa situação, mas ele não pode se entregar", disse Mazinho.
O substituto na lateral, Cláudio, também não escondia seu abatimento. Um amigo de infância foi assassinado ontem no Rio de Janeiro. "A história ainda não está explicada. Encontraram seu corpo dentro do carro-forte em que trabalhava", disse o jogador, que treinou sem muito empenho.
Já o colombiano Rincón garantiu ontem que não sente mais dores musculares, como reclamou depois do clássico. "Foi apenas um desgaste, mas já me recuperei", garantiu. Edmundo, porém, não treinou. Supervisionado pelo médico Nélson Franco, o atacante submeteu-se a mais uma sessão de exercícios de recuperação da tendinite na perna direita. "Enquanto não melhorar, ele não volta ao time", garantiu Luxemburgo.
Para o jogo contra o Mogi, na sexta-feira, o técnico já definiu os substitutos de Evair e Roberto Carlos, suspensos. Sorato e Biro entram no time. (UB)

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