São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Paulo Maluf ainda espera por novos apoios

DA REPORTAGEM LOCAL

Por mais que o PFL tenha adernado, na última semana, na direção de um acordo com o PSDB, o prefeito paulistano Paulo Maluf (PPR) ainda conta com o apoio desse partido para tonificar a sua própria candidatura.
Esperidião Amin, o senador catarinense que preside o PPR, diz que as conversas entre os dois partidos estão na fase de "vencer os medos" recíprocos, em alusão ao fato de que o PFL nasceu justamente como reação de caciques do então PDS contra a candidatura biônica de Maluf à Presidência, em 1984.
Superados esses receios, supõe Amin, o acordo com o PFL ficaria até fácil, à medida em que este partido não tem candidatura presidencial forte até agora (Maluf, de fato, aparece sempre melhor do que ACM, candidato considerado natural do PFL).
O deputado federal Armando Pinheiro (PPR-SP), embora reconheça que ainda existem resistências no PFL ao nome de Maluf, exatamente pela origem do partido, elas acabarão dissolvidas quando ficar claro que Maluf é o principal adversário de Lula, tido como o principal adversário.
O relativo otimismo dos líderes do PPR não encontra eco, entretanto, no PFL. O deputado Gustavo Krause e o senador Marco Maciel, por exemplo, dão como virtualmente descartada a hipótese de uma aliança entre os dois partidos, tendo o prefeito paulistano como cabeça de chapa.
É claro que Maluf poderá ser candidato mesmo que não tenha o apoio do PFL, mas uma aliança PFL-PSDB tornará bem mais difícil para o prefeito caracterizar-se como o anti-Lula mais viável. A aposta de Maluf é justamente a bipolarização entre ele e Lula.

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