São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Brizola não consegue decolar em São Paulo

CLÓVIS ROSSI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com 2% das intenções de voto no Estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, a candidatura de Leonel Brizola jamais conseguirá decolar. Ainda mais que, no segundo maior colégio (Minas Gerais), o governador do Rio também patina, com 6%.
É por isso que Brizola está tentando, discretamente, penetrar em São Paulo, na convicção de que o seu suposto fascínio pessoal será capaz de vencer a crônica anemia que o PDT demonstrou em todas as eleições realizadas no Estado desde a organização do partido.
Brizola tem feito reuniões com diferentes segmentos da sociedade paulista, mas sempre em auditórios fechados. Os resultados parecem, por ora, irrelevantes, já que o governador do Rio não sai dos 2%.
A outra alternativa para superar a barreira paulista é o namoro velado com Orestes Quércia, do PMDB. Os dois evitam hostilizar-se, embora suas respectivas candidaturas já estejam informalmente lançadas. Ao contrário: os dois atacam alvos idênticos (o PT de Lula, por exemplo, ou o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso).
Tudo indica que Brizola imagina que possa chegar ao segundo turno, mesmo com a fragilidade em São Paulo: ele quase chegou em 1989, embora tivesse recebido apenas 1,4% dos votos do Estado. No segundo turno, com o apoio de Quércia, a barreira paulista diminuiria de tamanho, pelo menos em tese.
Se Maluf ficar fora do segundo turno, Brizola contaria, em princípio, também com o apoio dele, justamente o único dos candidatos potenciais que chega perto de Lula em São Paulo (27% x 22%, na primeira das situações pesquisadas pelo Datafolha). (CR)

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