São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Decolagem

ANDRÉ LAHOZ MENDONÇA DE BARROS

A fase inicial do Plano FHC enfrenta basicamente três problemas potenciais: a discussão acerca das perdas salariais, o comportamento da inflação daqui para frente e a votação da MP 434 no Congresso.
O primeiro problema começa a se definir a favor do governo. Após uma fase inicial, quando as perdas salariais foram estimadas em até 40%, parece ir se consolidando a idéia de que não há mudanças significativas para os trabalhadores, ao menos na fase pré-real. Exemplos do sucesso do governo são o fracasso da greve encampada por Medeiros e a atuação discreta da CUT, pelo menos até o momento.
A inflação também parece começar a dar os primeiros sinais positivos. É certo que, na média, os índices de inflação estão mostrando uma alta que ainda deve prosseguir por mais algum tempo. Mas o mais importante é que os índices ponta-a-ponta já começam a captar uma desaceleração. Mantida esta tendência, reduzem-se significamente as chances de uma explosão inflacionária.
Portanto, a grande incógnita parece ser a votação da MP 434. Em ano eleitoral, é de se imaginar que os congressistas vão estar menos atentos às questões técnicas e mais às políticas. Aqui reside, portanto, o calcanhar-de-aquiles do governo. De todo modo, um desempenho positivo nas duas primeiras questões pode ser um bom começo para resolver a terceira.

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