São Paulo, domingo, 6 de março de 1994 |
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Programas de debates abusam do estilo radiofônico na TV
SÉRGIO DAVILA
Fosse a imagem boa, e o programa ainda teria problemas. De proposta, principalmente. Debate na TV? Mas debater o quê a essa altura, em que a informação vale ouro? Quem quer saber de "achismos"? No programa da última terça, Lopes recebeu quatro convidados. Dois temas deviam permear a discussão, cuja afinidade era sutil demais: "Como vai a família" e "Você sabe o que é URV". O que se seguiu foi algo parecido ao quadro "Piada em Debate", da extinta "TV Pirata". Nenhum dos convidados se dignou a levar um número que fosse, um fato real que referendasse suas opiniões. A conversa era assim: "O que você pensa do casamento, Genoíno?". "Bom, Paulo, eu acho que...". "A família não está meia doentia, Mascarenhas?" (sic). "É, Paulo, agora que você falou...". E falaram de Aids, violência e repressão, stress, camisinha e sociedade. Então, passaram à URV, como quem troca de canal. Quem trocou mesmo pode ter caído em erro semelhante no "Opinião Nacional", da Cultura, às 18h. De formato monótono e cenário hostil, é tocado pelos mais que competentes Heródoto Barbeiro e Roseli Tardeli. Se ambos brilham no rádio, se perdem na TV. As entrevistas são intermináveis, com pouquíssima intervenção –afinal, eles vêm de uma dinâmica diferente, em que duas vozes não podem se sobrepor. A dupla trouxe um bom vício, no entanto: a participação dos espectadores. E intervenções (pelo telefone, sem imagem) de correspondentes no exterior. Nem isso tem em "Debate", em que Paulo Lopes manda um abraço ao "amigo" de Ibitinga, no Interior de SP. Quem liga para a imagem? Texto Anterior: João Kleber responde a crítica de Amazonas; "Não houve cortes no 'Jornal do SBT'" Próximo Texto: Guel grava primeira Terça Nobre do ano Índice |
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