São Paulo, quarta-feira, 9 de março de 1994
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Insegurança pode adiar votação

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes do PPR e do PFL estão divididos e já não sabem se apresentam hoje o requerimento que antecipa a votação de temas da ordem econômica, como definição de empresa nacional e exploração do subsolo. Se o requerimento não for apresentado, o Congresso revisor continuará votando temas políticos, como a remuneração de vereadores e a desincompatibilização para governadores.
A indecisão do PFL e do PPR é motivada principalmente pela pressão dos líderes do PMDB e do PSDB, que procuram evitar um enfrentamento com a esquerda. A decisão do PT de participar da revisão, mesmo que obstruindo a maior parte das matérias, também está deixando os partidos mais cautelosos.
Perfumaria
O presidente da Câmara, Inocêncio de Oliveira (PFL-PE), defende que os temas da ordem econômica entrem em votação na próxima semana. "Se não aprovarmos este requerimento, a revisão corre risco. Não adianta ficarmos votando perfumaria. É por isso que não temos quorum".
O líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo (BA), disse que o partido ainda não desistiu do requerimento, porque continua interessado em antecipar os temas da ordem econômica. Mas admitiu que a votação do requerimento poderá ser adiada para amanhã. Já o líder do PFL no Senado, Marco Maciel (PE), acha que seria mais prudente adiar a votação do requerimento para a próxima semana, para evitar a radicalização.
PPR dividido
A divisão também toma conta do PPR. O presidente nacional do partido, senador Esperidião Amim (SC), afirma que está mantida a decisão de votar hoje o requerimento. Mas o líder do partido na Câmara, Marcelino Romano (SP), acha que é preferível esperar até a próxima semana. "O PT aceitou participar da revisão. E o quórum aumentou nesta semana. Estamos votando. É melhor adiar a votação deste requerimento", defende.
Maciel afirmou que o líder do PMDB na Câmara, Tarcísio Delgado (MG), propôs o adiamento da votação do requerimento. "A idéia é esgotar toda a pauta política. Depois, poderíamos entrar na questão do Judiciário. A ordem econômica ficaria para a semana seguinte (a partir do dia 23). Vamos decidir amanhã", disse.

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