São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994
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Partido aposta em vários nomes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL está sempre com um pé na direção que possa apontar para o poder. Se FHC perder e o vitorioso for o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, do PPR, uma grande parcela do partido terá sido PPR desde criancinha. O senador Alexandre Costa (PFL-MA) avisa que fará campanha para Maluf "de qualquer maneira".
Alexandre Costa é do grupo sarneyzista. Os seguidores de Sarney, aliás, são um exemplo da estratégia pefelista. Enquanto Costa apóia Maluf, o governador sarneyzista do Maranhão, Edison Lobão (PFL), defende o nome do governador baiano Antônio Carlos Magalhães. Mas, no caso de aliança, prefere o PPR ao PSDB.
Senador pelo PMDB do Amapá, o ex-presidente José Sarney é hoje um aliado do ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. Mas o deputado Sarney Filho (PFL-MA) se afirma "engajado" na candidatura FHC. E a filha do ex-presidente, deputada Roseana Sarney, candidata ao governo do Maranhão pelo PFL, está "em dúvida" e ameaça: "Posso até votar no Lula para presidente."
O presidente do partido, Jorge Bornhausen, era o todo-poderoso coordenador político do governo Collor, como ministro-chefe da Secretaria de Governo. E o líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo Magalhães, votou contra o impeachment de Collor por recomendação de seu pai, ACM.
Mas o governador da Bahia comandou indiretamente a CPI que resultou no impeachment. Foi seu fiel afilhado político, o deputado Benito Gama, quem presidiu a CPI, e votou pelo impeachment.
Na época, o partido rachou: uma parte contra e outra dentro do governo. Roberto Magalhães, por exemplo, foi do grupo dos "contras", que acabou sendo o grupo do partido que desde a primeira hora assumiu o governo Itamar.
São do partido o ministro da Indústria e Comércio, Élcio Álvares, e o ministro-chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves. Mas Bornhausen diz que o PFL não é governo. "O partido não foi consultado para a escolha dos ministros", é seu argumento.
Tales Faria

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