São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Marcha da Família precedeu movimento

DA REPORTGEM LOCAL

Há 30 anos, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade parou São Paulo. No dia 19 de março de 1964, dia de São José, o padroeiro da família, cerca de 300 mil pessoas ocuparam o centro da cidade na maior manifestação político-religiosa já vista no país. Unida em torno das bandeiras difusas da moralidade, da ordem e do anticomunismo, a marcha tinha como alvo direto o presidente João Goulart.
A Marcha da Família nasceu como resposta ao comício das reformas (ou da Central do Brasil), realizado no dia 13 de março em frente ao prédio do Ministério da Guerra, no Rio de Janeiro. Ali, diante de 150 mil pessoas, um João Goulart inflamado alertava para a necessidade de reformar a Constituição e de implementar reformas de base, entre elas a reforma agrária.
No meio do discurso, Goulart disse que não bastava rezar o rosário para dar pão ao povo. Foi a gota d'água. Os deputados Cunha Bueno e Conceição da Costa Neves, animados pela freira Ana de Lourdes, começaram a articular no dia seguinte o desagravo ao rosário que teria sido profanado pelo presidente.
O então governador de São Paulo, Ademar de Barros, decretou ponto facultativo nas repartições públicas.

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