São Paulo, domingo, 20 de março de 1994 |
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Benetton troca o colorido pela ambição de ser grande
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Equipe busca dinheiro no Japão para conquistar o lugar da McLaren A Benetton abandona este ano a roupagem colorida em troca dos ienes do cigarro japonês Mild Seven. Nesta temporada, a equipe de F-1 sai de vez da proteção das cores da confecção italiana para andar com as próprias pernas. Oito anos depois de comprar o time que patrocinava, a promissora Toleman –primeira equipe de Senna na categoria–, a Benetton consagrou, também nas pistas, uma das estratégias de marketing mais heterodoxas já vistas no planeta. Guiado pelo piloto mais promissor que ingressou na F-1 desde Senna, o alemão Michael Schumacher, a Benetton passou de equipe pequena para o primeiro time, chegando a bater por vezes até mesmo as invencíveis McLaren e Williams, em seus respectivos reinados. O segundo piloto é o finlandês J.J.Lehto, que não corre o GP do Brasil por ter sofrido um acidente em janeiro durantes os testes da equipe em Silverstone. Quebrou a quarta e quinta vértebras cervicais e será substituído pelo holandês Jos Verstappen, que dois anos atrás brincava de kart e em 93 foi o campeão da F-3 alemã. Além de pilotos arrojados, a Benetton deve muito de seu sucesso ao diretor-esportivo Flavio Briatore, de uma eficácia prodigiosa, dentro e fora dos circuitos. Mas seu grande plano para a temporada naufragou. Os vencedores motores Renault, da Williams e da Ligier, lhe foram negados e a equipe mantém os V8 da Ford, desta vez, de última geração –os Zetec. E está no motor o ponto fraco da equipe, em sua própria opinião. A deficiência é compensada pelo projeto do carro, de autoria de John Barnard. O inglês acertou a mão quando criou o "tubarão", há três anos competitivo, mesmo sem alterações significativas. Desde a temporada de 92, a Benetton briga, se não pelo título, pelo segundo posto entre os construtores. Naquela temporada, quando Mansell e Patrese ganharam tudo para a Williams, que acabou com 164 pontos, a Benetton ameaçou pela primeira vez a McLaren (99 a 91). Em 93, a história se repetiu. O time ficou em terceiro com 72 pontos. A Ferrari, em quarto, somou longínquos 28. Schumacher abiscoitou o GP de Portugal no ano passado e promete mais para este ano: bateu dois recordes nos testes do novo carro e, quando perguntado, diz que pode ser campeão. Texto Anterior: 'Era Williams' deve durar mais dois anos Próximo Texto: Jordan e Sauber são candidatas a 'zebras' Índice |
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