São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Schumacher sucede o 'vilão' Alain Prost

Alemão é o maior rival de Senna

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O "alemão voador" Michael Schumacher, 25, é um tipo irreverente e fanático por aquilo que faz, ou seja, pilotar carros de corrida. Talhado para a função, suas qualidades são inquestionáveis. É nele que os dirigentes da F-1 apostam suas fichas para a motivação do Mundial nesta temporada.
Schumacher, no volante do Benetton-Ford B194, desponta como o maior rival do favorito Ayrton Senna. Mais ainda: é o sucessor do francês Alain Prost na disputa particular com o brasileiro. Os dois não se bicam.
Senna, por exemplo, não perde a chance de provocá-lo. Recentemente, em Imola, após o alemão ter conquistado o melhor tempo (1min21s078) nos testes, Senna, que ficara com a segunda marca, alfinetou: "Acabou o campeonato de inverno. Agora começa o campeonato de verão". Esse é o tom entre os dois pilotos que deve marcar a temporada.
Schumacher (38 GPs disputados; nenhuma pole; duas vitórias), campeão de kart, F-3 e mundial de Marcas, desembarcou na Fórmula 1 como um furacão, em 1991. No seu primeiro treino, com a Jordan, no GP da Bélgica, garantiu o sétimo lugar. Logo estava na Benetton, ocupando o cockpit até então reservado ao brasileiro Roberto Pupo Moreno. Chegou dono da vaga, comprada para ele pela Mercedes-Benz por US$ 300 mil.
Impetuoso na pista, arrancou aplausos com ultrapassagens arriscadas. Logo derrubou outro brasileiro que estava na equipe e era o primeiro piloto: ninguém menos do que o tricampeão mundial Nélson Piquet. Em 1992, terminou a temporada na terceira colocação, com 53 pontos.
Hoje é o titular absoluto do time, que tem como segundo piloto o finlandês J.J. Lehto (está se recuperado de acidente e não participa da prova em Interlagos).
Apesar do sucesso no "campeonato de inverno em Imola", Schumacher não ficou impressionado com seu tempo e o sucesso diante de Senna. Disse que seu carro havia chegado ao "limite máximo", enquanto que a Williams de Senna "ainda tem o que melhorar". Interlagos começa a mostrar essa diferença.(EA)

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