São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Brasileiros têm chance de consagração na temporada

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Senna começa a temporada como o rei da F-1. Mas dois outros brasileiros –Christian Fittipaldi, 23, e Rubinho Barrichello, 21– iniciam as disputas com chance de ultrapassar a barreira de simples coadjuvantes do tricampeão.
Christian, com experiência de dois anos na categoria, trocou a Minardi pela Arrows e Rubinho, que só não foi para a Benetton porque teria de pagar uma multa de US$ 5 milhões pela rescisão de contrato com a Jordan, continua firme na equipe. Só que, desta vez, com carro novo e mais veloz.
Christian também dirige um carro totalmente novo, projetado por Alan Jenkins. No ano passado, com motores Mugen-Honda V10, o time, que se chamava Footwork, conquistou quatro pontos com Derek Warwick. Agora, o carro é impulsionado pelo motor Ford V8 série 8, igual ao utilizado pela McLaren no último campeonato.
O diretor da equipe, Jackie Oliver, queria um piloto veloz e seguro. Parece ter batido na porta certa. Christian é talentoso e já passou por situações difíceis na F-1 (acidentes graves, demissão na Minardi e até eliminação de grid). Também marcou seus pontinhos: um em 92 e cinco no ano passado. Um risco é o relacionamento não muito cordial com o piloto nº 2, o italiano Gianni Morbidelli.
Para Rubinho Barrichello, a temporada também está repleta de desafios. A Jordan desenvolveu um carro na medida certa para o motor Hart V10, produto da união de idéias do projetista Gary Anderson e do recém-contratado engenheiro Steve Nichols, um dos preferidos de Senna.
Na verdade, Anderson trabalha no desenvolvimento de uma mesma base de carro desde 91 e experimentou três motores diferentes. Com o modelo 194, Rubinho foi bem nos treinos em Silverstone e no Estoril. Revelação de 93, Barrichello cravou apenas dois pontos, no GP do Japão, mas teve momentos brilhantes na temporada –como a manutenção do terceiro lugar em Donington até acabar a gasolina a seis voltas do final. Este ano, Barrichello estabeleceu como meta atingir pelo menos dez pontos. Mas, com as novas regras, ousa até sonhar com pódio.

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