São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Setor público não se ajustou

MARIO ROCHA; RODNEY VERGILI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os bancos privados fizeram ajustes nos últimos anos para poder trabalhar em um regime de menor dependência da inflação. O problema está nos bancos oficiais federais e estaduais, que precisarão se ajustar, admite o presidente do Banco Central, Pedro Malan.
A inadimplência no setor estatal provocou uma mudança no direcionamento dos empréstimos no sistema financeiro nos últimos anos. A análise dos balanços de 106 bancos realizado pela Austin Asis Consultoria mostra que as instituições financeiras estão evitando emprestar para empresas do setor público.
Os bancos de maneira gradual aumentaram seus empréstimos de US$ 67 bilhões em 1989 para US$ 83 bilhões em 1993. A participação dos empréstimos na receita de intermediação financeira passou de 30% em 1989 para 42% em 1993.
Alberto Borges Matias, professor da Faculdade de Economia e Administração, da USP, diz que apesar de os bancos estarem aumentando o direcionamento dos recursos para o financiamento do setor privado, há ainda forte dependência dos ganhos provenientes "do descontrole da dívida pública". O ganho com títulos –basicamente, públicos– passou de 29% da receita da intermediação em 1989 para 50% no final de 93.
As operações com títulos públicos no mercado aberto giravam US$ 25 bilhões em dezembro de 1989. Com o confisco do Plano Collor, o volume de negócios no overnight caiu para US$ 4 bilhões. Esse movimento aproximou-se de 1989 e atingiu US$ 22,8 bilhões ao final de 1993.(MR e RV)

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