São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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WTC sinaliza a era do "superterrorismo"

BRUCE FRANKEL
DO "USA TODAY", EM NOVA YORK

WTC sinaliza a era do 'superterrorismo'
Especialistas em terrorismo dizem que a condenação, em 4 de março, de quatro extremistas muçulmanos pelo atentado contra o World Trade Center garante represálias nos EUA e no exterior. }Haverá respostas, podem apostar, diz Robert Heibel, ex-chefe de contraterrorismo do FBI.
Horas depois da condenação de Mohammed Salameh, Ahmad Ajaj, Mahmud Aboulahima e Nidal Ayyad, militantes muçulmanos no Egito teriam jurado cometer ataques de vingança.
O atentado contra o WTC, em que seis pessoas morreram e mil ficaram feridas, em fevereiro do ano passado, é descrito como o pior ato terrorista já cometido nos EUA. Especialistas dizem que talvez tenha sido o primeiro ataque de uma era de }superterrorismo.
Os responsáveis pelo ataque ao WTC podem pegar prisão perpétua. As sentenças deverão ser conhecidas em maio, mas isso não acabará com a tensão. O julgamento do líder religioso egípcio Omar Abdel-Rahman e outros 15 acusados de um complô para explodir a sede da ONU e outros pontos de Nova York começa em setembro.
As evidências mais inquietantes que vieram à tona no julgamento, que durou cinco meses e meio, foram as de que o atentado foi planejado em centros de treinamento de terroristas no Oriente Médio. }A lição que mais se destacou no caso foi como os grupos islâmicos se interligam fora do Oriente Médio, diz o escritor Steven Emerson.
Historicamente, terroristas têm buscado vingança e a libertação de companheiros através de sequestros. Mas, à medida que os governos se mostram menos dispostos a negociar com eles, os atentados tornam-se o método favorito.
}A infra-estrutura para os ataques a bomba vem sendo aperfeiçoada, diz Duran. Uma das preocupações é sobre as centenas de mísseis norte-americanos Stinger que foram enviados ao Afeganistão e se extraviaram. Segundo Yonah Alexander, da Universidade George Washington, eles podem ter caído em mãos de terroristas.
Informações sobre falsificadores que estariam produzindo cédulas de US$ 100 no Irã também preocupam. }Quem tivesse US$ 100 milhões em notas desse tipo talvez pudesse ir à Ucrânia e comprar uma arma nuclear, diz Robert Kupperman, do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais.
}Os anos 70 e 80 ficarão na história como décadas de terrorismo, diz Alexander. }Os anos 90, como a década do superterrorismo.

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