São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Cientista quer pendurar telescópio em balão

KURT KLEINER
DA "NEW SCIENTIST"

Astrônomos dos EUA querem pendurar um telescópio em um balão a 12 quilômetros do chão. A essa altura, o ar é frio e pouco espesso, reduzindo a distorção que a atmosfera provoca em nossa visão do Universo. O telescópio Post (sigla em inglês para Telescópio Polar Estratosférico) flutuaria acima das límpidas regiões polares, onde teria visão comparável à do caríssimo telescópio orbital Hubble.
"Não estamos dizendo que esse tipo de telescópio vai substituir os telescópios espaciais. Estamos dizendo que eles são muito melhores que telescópios no chão e muito mais baratos que os telescópios espaciais", diz Holland Ford, da Universidade Johns Hopkins, que faz parte da equipe que propôs o projeto. Pendurado por uma fibra sintética, o telescópio poderia observar detalhes em resolução duas vezes melhor que o Hubble em noites favoráveis.
Seu custo, cerca de US$ 60 milhões, é mais de 40 vezes menor que o US$ 1,7 bilhão do Hubble somado aos US$ 800 milhões da missão que a Nasa realizou em 1993 para corrigir sua miopia. Ford, que trabalhou na missão de conserto do Hubble, pediu US$ 500 mil à Nasa para estudar a viabilidade do projeto, em colaboração com o Instituto de Ciência de Telescópios Espaciais, em Baltimore.
O Post, mesmo sem se livrar inteiramente da interferência que a atmosfera provoca nas imagens, poderia ser trazido de volta à Terra em caso de problema. O projeto também se ajusta à atual necessidade de cortes no orçamento que atinge a Nasa.

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