São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Pesquisadora estuda reprodução do pacu

DA REPORTAGEM LOCAL

O pacu –um peixe encontrado principalmente no pantanal matogossense– é atualmente reproduzido em cativeiro, para fins alimentares, com a injeção de hormônios. Vários grupos de cientistas brasileiros –na Unesp de Jaboticabal, no Centro de Pesquisa e Treinamento em Aquicultura de Pirassununga, na USP, entre outros– estão pesquisando seu ciclo reprodutivo para aprimorar os métodos e obter melhores resultados.
O doutoramento de Ruth Gazola de Freitas Andrade, pelo Instituto de Biociências da USP, é exemplar desse esforço para conhecer melhor como reproduzir o pacu. "É uma espécie de piracema, quando os peixes empreendem aquelas migrações para se reproduzir", diz Ruth. "Durante a subida às cabeceiras dos rios, alguma coisa acontece", que leva à liberação de óvulos e espermatozóides.
É essa "alguma coisa" que Ruth tentou descobrir dissecando duas das principais glândulas endócrinas do peixe, a hipófise e a interrenal. Ela passou dois anos coletando material no Brasil. Depois, foi para o Canadá, em Vancouver, onde há maquinário para fazer a determinação hormonal.
Ruth localizou na hipófise sete tipos celulares secretores de hormônio, sendo um deles produtor de gonadotropina, que age sobre os ovários determinando a maturação dos oócitos e a consequente ovulação. Ela também percebeu que o peixe, durante a piracema, tem níveis elevados de cortisol –hormônio secretado pela glândula interrenal que faz parte do processo que leva à ovulação.
Ruth está coletando mais material para aprofundar os estudos com as moléculas localizadas. "Vamos tentar sequenciar as moléculas, o que pode permitir sintetizar algumas. Aí conseguiríamos a fertilização em 100% dos casos."

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