São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Marketing nas pistas

HELCIO EMERICH

Thomas Amshay é um ex-piloto americano de corridas de automóveis que, ao abandonar as pistas, transformou-se em consultor de marketing esportivo.
Ele costuma contar a história de uma reunião de executivos de uma corporação dos EUA, durante a qual o gerente de propaganda comunicou aos seus colegas: "A partir do próximo semestre, vamos ter a nossa marca estampada na carroceria de um carro de corridas".
"E o que vamos ganhar com isso?" –perguntou o gerente da área financeira.
"Bem, nós vamos ter a nossa marca estampada na carroceria de um carro de corridas" –repetiu o publicitário.
"Sim, mas o que vamos ganhar com isso?" –insistiu o homem do dinheiro.
Por mais que falasse em retorno, imagem, exposição da marca e outros conceitos mais ou menos vagos, as explicações do gerente de propaganda não foram convincentes e o projeto do patrocínio acabou cancelado.
Amshay usa esse episódio para alertar os profissionais de marketing e de comunicação sobre a necessidade de conhecerem melhor o negócio do automobilismo esportivo, antes de se aventurarem pelos altos investimentos exigidos pelo patrocínio de equipes de corridas. E recomenda que as escuderias e até mesmo os pilotos tenham também uma noção do que acontece do outro lado, ou seja, no marketing dos anunciantes. O ex-corredor de stock-cars não fica, porém, apenas nos conselhos: para que as duas partes possam desenvolver projetos eficientes e rentáveis de patrocínio no automobilismo, ele acaba de escrever um livro que tem por título "Transformando Cavalos de Força em Força de Marketing, ou Como Usar a Indústria das Corridas como Ferramenta de Marketing".
Test-Drive
A fábrica de roupas Fruit of Loom, dos EUA, lançou no mercado americano uma nova marca de cuecas destinada especialmente ao segmento dos motoristas de táxi e de ônibus. O fabricante afirma que o produto garante "total conforto" ao usuário durante cinco anos ou 50 mil milhas. Nas cidades de Columbus, Mineapolis e Saint Louis, as cooperativas dos motoristas adquiriram vários lotes da nova cueca para testar, antes de permitir que os seus associados participem da campanha de propaganda depondo a favor do produto.
Meia verdade
A Food and Drug Administration, órgão do governo norte-americano, obrigou o fabricante de vinhos Beringer Vineyards a retirar das suas garrafas um pequeno rótulo adicional que promovia benefícios do produto à saúde. Segundo a FDA, ainda não há nenhuma comprovação científica capaz de sustentar a informação acrescentada nas embalagens da Beringer.

Texto Anterior: Publicidade muda linguagem no Japão
Próximo Texto: Poupança hoje projeta rendimento de 50%
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.