São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Portuguesa desperdiça domínio no 1º tempo

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Portuguesa perdeu ontem outra chance de vencer pela primeira vez um dos times grandes neste Campeonato Paulista. Depois de ser superior ao Corinthians no primeiro tempo, o time foi dominado e derrotado no segundo tempo –exatamente como aconteceu no primeiro turno. "Nós recuamos demais. Demos muito espaço e eles aproveitaram", declarou o técnico Fito Neves depois do jogo. Apesar da expressão de decepção, Fito aparentava tranquilidade.
No início do jogo, Fito aproveitou um erro tático do técnico corintiano Carlos Alberto Silva, que pôs o volante Moacir para ajudar o lateral-esquerdo Elias, e avançou o lateral-direito Zé Carlos, criando uma avenida para o seu time jogar. Com Zé Carlos e o atacante Maurício avançando sobre o desprotegido Elias, a Portuguesa foi criando e perdendo chances por ali.
Aos 8min e 11min, Maurício chutou duas vezes frente a frente com o goleiro Ronaldo, mas não marcou. Aos 31min, Zé Carlos passou de novo por Elias, cruzou, mas Dinei chegou atrasado à bola.
No intervalo, Fito Neves, como se previsse a derrota, declarou que seu time não poderia ter perdido as chances que teve no primeiro tempo. "Num clássico, contra um time grande, isso pode ser fatal", acrescentou.
Segundo Fito, no segundo tempo, o meio-campo recuou e o time perdeu. "Eu não mandei eles fazerem isso. Tentei fazê-los avançar, mas não consegui. O chato é que poderíamos ter vencido."
O tom de lamento se espalhava pelos jogadores. O zagueiro Wladimir dizia ser "inexplicável" a queda de produção da equipe no fim do jogo. Maurício reclamava que na atepa final a bola não chegava ao ataque. Simão dizia que o problema é que "ela ia para lá logo voltava" com os corintianos.
"Nós dominamos o primeiro tempo e eles o segundo. O resultado justo seria um empate", disse Maurício. "Se tivéssemos marcado logo, o resultado seria outro", acrescentou Wladimir.
Ao voltarem para o vestiário, os jogadores e o técnico Fito Neves ainda tiveram que enfrentar as ofensas de sócios da Portuguesa que os aguardavam lá. O zagueiro Jorginho bateu boca com um torcedor e foi defendido por outros jogadores como Maurício.

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