São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Jô compara Oscar com Troféu Imprensa

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

"Para começo de conversa, considero um absurdo que o pessoal do Oscar use todos os anos, sem pedir permissão, a estatueta do Troféu Imprensa." É assim que Jô Soares irá iniciar o monólogo de hoje à noite, pouco antes da cerimônia no Dorothy Chandler Pavilion. Por aproximadamente sete minutos, o humorista transformará o prêmio e o mundo cinematográfico em piada. Max Nunes, Hilton Marques, Diléa Frate e o próprio Jô assinam o texto.
O SBT gravou o monólogo sexta-feira, às 22h35, na sala Esther Mesquita do Teatro Cultura Artística, região central de São Paulo. Usando smoking, o humorista se apresentou para uma platéia de 1.100 pessoas –a mesma que acabara de vê-lo no espetáculo "Um Gordo em Concerto". O piloto Ayrton Senna estava entre os espectadores.
"Os brasileiros não ganham o Oscar porque nunca fazem o filme certo", observou Jô na metade do monólogo. Para levar o prêmio, sugeriu, os cineastas do país deveriam produzir algo como "Sete Homens de Ouro" (com os "anões" do Orçamento), "Entre Quatro Paredes" (com Paulo César Farias), "Deus Sabe Quanto Amei" (com Itamar Franco) e "Se Meu Apartamento Falasse" (com Lílian Ramos).
Mais adiante, o humorista comentou que não poderia traduzir a cerimônia do Oscar. "Na hora, iria ficar nervoso e acabaria confundindo tudo." Por exemplo: traduziria "lay out" como "fora-da-lei", "go home" como "vá a Roma", "it's too late" como "é muito leite", "I'm sad" como "estou com sede", "apple pie" como "é pro pai", "once more"'como "onde cê mora?", "a hot day" como "arrotei" e "fourteen" como "sujeito baixinho e forte do Nordeste".
Jô encerrou a apresentação com elogios à emissora de Silvio Santos. "O SBT está chegando lá. Primeiro, me trouxeram. Agora é o Oscar. Só falta o Boni."(AA)

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