São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Silvio Santos negociou direitos

DA REPORTAGEM LOCAL

O SBT adquiriu o direito de transmitir o Oscar há dois meses, nos EUA, durante a Naptv, feira anual em que produtores e distribuidores norte-americanos vendem programas de televisão para emissoras de todo o mundo. O próprio Silvio Santos tomou as rédeas das negociações. Procurou a ABC Distribution Company e lhe propôs a compra dos direitos. Fecharam contrato três dias depois.
Pelo acordo, o SBT exibirá a festa em 94, 95 e 96. Terá, ainda, prioridade na renovação do negócio. Em contrapartida, enquanto possuir os direitos de transmissão, precisará comprar anualmente cerca de 40 produções da ABC. No pacote de 94, há um seriado com 65 capítulos ("A Gata e o Rato"), um desenho com 26 episódios ("Cowboys of the Moo Moo Mesa") e 35 longas-metragens (o mais famoso é "A Honra do Poderoso Prizzi").
Foi o pacote, aliás, que acabou tirando o Oscar da Globo. Como transmitia a cerimônia desde 74, a emissora tinha preferência na compra dos direitos de 94. A ABC, porém, só aceitava vendê-los se, junto, "empurrasse" outras produções. A Globo bateu pé: ou levaria o Oscar isoladamente ou não levaria nada. Silvio Santos soube do impasse e concordou com as condições dos norte-americanos.
"Preferimos abrir mão do negócio porque não temos como política a compra de pacotes. É um tipo de pressão que não aceitamos. Sem contar que a entrega do Oscar já não desperta muito interesse no telespectador", explica Paulo Carneiro, diretor do departamento de divulgação da Globo. Ele afirma que, em 90, a festa alcançou audiência média de 19 pontos na Grande São Paulo. "Em 93, o índice caiu para 12 pontos."
O SBT aposta no contrário. "O Oscar ainda tem muito fôlego", diz Paulo Gustavo Pereira. "Hoje à noite, esperamos uma média de 24 pontos (ou 955 mil domicílios) na Grande São Paulo."
A emissora não revela quanto pagou pelos direitos. Mas dá uma pista: ficará feliz se o Oscar render um faturamento líquido de US$ 400 mil por ano.(AA)

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