São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994
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Governistas articulam esvaziar o Congresso

FERNANDO GODINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As lideranças governistas no Congresso estão articulando o esvaziamento da sessão de amanhã, quando a MP (medida provisória) da URV poderá ser apreciada. Caso não seja votada pelo Congresso até o próximo dia 30, a MP perde a validade, mas pode ser reeditada.
Até agora, o governo não concordou com nenhuma das alterações sugeridas por sindicatos, empresários e parlamentares. "O governo não tem maiores interesses em apreciar a MP. Só irá para o plenário do Congresso alterações negociadas", afirmou o deputado governista Germano Rigotto, vice-líder do PMDB na Câmara.
"Sem entendimento, a MP não será votada. Se identificarmos que há risco de mutilar a MP, usaremos todos os meios para evitar isto", disse o deputado José Aníbal (PSDB-SP), um dos negociadores do plano econômico no Congresso. Aníbal não descarta a possiblidade de se esvaziar o quórum do Congresso nas sessões de amanhã.
Hoje, o deputado Gonzaga Mota (PMDB-CE) retoma as reuniões com parlamentares para discutir as alterações na MP. Mota foi o relator da Comissão Mista do Congresso que apreciaria preliminarmente a MP, mas por pressões do governo e do seu próprio partido não concluiu seu relatório.
Mota deverá ser confirmado como relator de plenário. Ele tem se mostrado favorável a alterações na MP. Hoje, os parlamentares que negociam a MP tentarão se reunir com o ministro Fernando Henrique Cardoso para discutir o assunto.(Fernando Godinho)

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